São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Produção agrícola poderá continuar caindo em 97

Aréa plantada registra redução de 1,5% sobre o ano passado

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após sofrer uma redução de 8,01% no ano passado, a produção agrícola do país corre o risco de continuar caindo em 1997 se não houver aumento da produtividade. A área plantada este ano é 1,48% menor do que a de 1996.
Os casos mais acentuados de diminuição do plantio são o algodão herbáceo (-30,7%), arroz (-11,7%) e a primeira safra de feijão (-7,3%).
Outras três culturas também tiveram suas áreas plantadas reduzidas: a primeira safra de batata (-3,3%), cebola (-5,6%) e a primeira safra de milho (-1,7%).
A despeito disso, os técnicos do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estão otimistas.
A primeira estimativa feita pelo instituto para a safra deste ano foi positiva: 10 dos 13 produtos que integram seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola devem aumentar sua produção.
Destas, metade teve aumento da área plantada em comparação com o ano passado. São os casos da cana-de-açúcar, do fumo, da mandioca, da soja e do tomate.
Com o pior desempenho do ano passado (-29,2%), o algodão corre o risco de repetir a dose em 1997. A previsão dos técnicos do IBGE apontam para uma redução de 24,6% na produção deste ano.
As causas: alto custo de produção, dificuldade para obtenção de crédito para o custeio e longos prazos de pagamento oferecidos pelos concorrentes internacionais.
As maiores reduções da coticultura devem ocorrer no Paraná (-53%) e no Mato Grosso do Sul (-49%). A falta de crédito também é a causa apontada pelos técnicos do IBGE para a redução esperada de 7,7% na produção de arroz este ano. Somam-se o alto custo do manejo do arroz irrigado e baixa rentabilidade do cultivo em sequeiro.
No sentido inverso seguem, por exemplo, os plantadores de soja. Estimulados pelos bons preços obtidos em 1996 e pela quebra da safra norte-americana, eles devem expandir a produção para 24,2 milhões de toneladas (alta de 8,4%). Mandioca e feijão devem seguir pelo mesmo caminho.

Texto Anterior: Osmar Santos e o marketing da saúde
Próximo Texto: Baixa produtividade provocou a queda
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.