São Paulo, domingo, 2 de fevereiro de 1997 |
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Baixa produtividade provocou a queda
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Só cinco melhoraram seus resultados. A área plantada no ano passado era apenas 2,14% menor do que a do ano anterior. Os cerca de seis pontos percentuais extras de quebra da safra foram fruto da queda de produtividade. A dificuldade em obter financiamento levou os agricultores a cortarem custos de produção. Quando isso ocorre, a relação é direta: menor uso de adubo, fertilizantes e agrotóxicos implica pior rendimento das culturas. Na terra, isso significou, por exemplo, uma perda de 10% de produtividade na segunda safra de batata. Em vez de 13,98 toneladas por hectare, foram colhidas 12,59. Outras culturas que sofreram uma piora na relação toneladas/hectare foram a primeira safra do milho (-8,2%) e o cacau (-7,2%). Podem parecer pouco, mas esses números fazem a diferença, muitas vezes, entre o lucro e o prejuízo do agricultor. Nos EUA, a redução de apenas 0,8% na produtividade da soja este ano derrubou a estimativa do estoque final da safra de 4,9 milhões de toneladas para 4,2 milhões. Resultado: alta de 8% na cotação do produto na Bolsa de Chicago. A repercussão da queda de produtividade chegou ao Brasil, com um aumento entre 4,6% e 5,9% nas cotações da soja na Bolsa de Mercadoria & Futuros. A produtividade da soja brasileira também caiu nesta safra (-1,64%). Só subiram mesmo a produtividade do café e do trigo: 30,7% e 16,6%, respectivamente. No primeiro caso, a alta se explica pelas geadas que derrubaram a produtividade em 95. No segundo, pelo estímulo oficial ao plantio. Em alta também estão as expectativas dos técnicos do IBGE. Eles prevêem aumentos de produtividade em todas as culturas em 97, com melhorias que vão de 0,57% (cana-de-açúcar) a 15,71% (feijão). Texto Anterior: Produção agrícola poderá continuar caindo em 97 Próximo Texto: Argentina vende mais alimentos Índice |
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