São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Apetesp assume hoje o Ruth Escobar

Venda passa por investigação

DA REPORTAGEM LOCAL

Um coquetel hoje à noite marcará a entrega das chaves do teatro Ruth Escobar, na rua dos Ingleses, região central de São Paulo, para a Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp).
A atriz e ex-deputada estadual Ruth Escobar, antiga proprietária do teatro, receberá convidados para celebrar a venda do teatro, avaliado em R$ 5,5 milhões.
A Apetesp passa a administrar as três salas (Dina Sfat, Gil Vicente e Mirian Muniz), que somam 690 lugares.
Uma exposição de fotos que registram diversas montagens que já passaram pelo Ruth Escobar também será inaugurada na festa hoje. Haverá homenagens a diversas personalidades do mundo teatral.
Confirmaram presença o ministro da Cultura, Francisco Weffort, o secretário de Estado da Cultura, Marcos Mendonça, e o secretário municipal da Cultura, Rodolfo Konder, além de diversos artistas, entre eles Tarcísio Meira.
Polêmica
O Ministério Público abriu investigação em 9 de janeiro último para apurar eventuais irregularidades na compra do teatro Ruth Escobar, com base em reportagem e editorial publicados na Folha.
A Apetesp se interessou pela compra do teatro, avaliado em R$ 5,5 milhões, e saiu em busca de patrocínio, apoiada na Lei Rouanet, que permite dedução fiscal a empresas que bancassem a compra.
No ano passado, a Telesp liberou parte do dinheiro, R$ 2 milhões, sob forma de patrocínio cultural. Em troca, a companhia telefônica poderá explorar espaços publicitários no teatro até o ano 2000.
A Apetesp ainda está em fase da captação de recursos junto à iniciativa privada e governos para pagar os outros R$ 3,5 milhões em um prazo de 24 meses.
A principal motivação do Ministério Público para iniciar a investigação é que a compra do teatro envolveu dinheiro público pois o governo paulista é acionista da Telesp.

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