São Paulo, segunda-feira, 3 de fevereiro de 1997
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Área tem falta de água e de saneamento

MARISTELA DO VALLE
DA ENVIADA ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO

Região tem falta de água e saneamento
A falta de canalização de esgoto e distribuição de água são os principais problemas do litoral norte de São Paulo, segundo Moacyr Colli Junior, presidente da Samju (Sociedade Amigos de Juquehí).
Colli afirma que a Samju gastou R$ 70 mil em canos para a construção de um sistema de distribuição de água. "Já faz um ano que a Sabesp promete realizar essa obra e até agora ela não está pronta."
Ele também reclama do projeto do governo de ampliação da Imigrantes. "Se não há infra-estrutura para receber mais pessoas, como eles podem facilitar o transporte para o litoral?", questiona.
Por causa da ausência do saneamento de esgoto, o mar fica poluído. "As pessoas devem cuidar das encanações de esgoto caseiras", diz Eduardo Antonio Licco, assistente executivo da diretoria de controle de poluição ambiental.
"Cerca de 99% dos córregos que chegam ao mar possuem esgoto puro", comenta Laura Perez, gerente da divisão de qualidade de água da Cetesb. A entidade mede o índice de quantidade de esgoto das praias todas as semanas (confira no quadro acima a balneabilidade das praias no ano passado).
Em Boiçucanga, o problema de falta d'água é mais dramático. "No réveillon, vi uma mãe comprar quatro litros de água para dar banho nos filhos", conta Maurício Waissmann, dono do restaurante Mare Nostrum.
Por meio do programa Compromisso com a Vida, orçado em R$ 273,5 milhões, a Sabesp pretende ampliar a distribuição de água e realizar obras de saneamento de esgoto em São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba.
"Com o programa, 100% das comunidades receberão água tratada, e 85% serão beneficiadas com a coleta de esgoto", afirma João Carlos Simões, superintendente da Unidade de Negócio do Litoral Norte da Sabesp, que promete a concluir as obras até o final de 98.
Em Boiçucanga, a ampliação do abastecimento de água será concluído nesta semana. De acordo com Simões, a população da praia receberá mais 3,5 milhões de litros de água por dia. Antes, esse número era de 2,6 milhões de litros.
Embora considere que a obra aliviará o problema, ele acredita que os frequentadores também devem controlar o desperdício de água.
Lixo e cachorros
Outro problema apontado por Colli é o lixo.
Na alta temporada, a Samju gasta cerca de R$ 12 mil para limpar as praias e pagar monitores. Eles costumam ter confrontos com pessoas que levam cachorros à praia.
"Nós mostramos o texto da lei que proíbe essa prática, mas, no dia seguinte, eles voltam com os cachorros", lamenta o fiscal Evanilson Lima de Souza, 18.
Cães não devem ir à praia porque suas fezes transmitem bicho-geográfico, doença que provoca irritação na pele e coceira.
(MV)

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