São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Luís Eduardo afirma que reeleição ajuda reformas

Deputado faz balanço de sua atuação na presidência da Casa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), avalia que a aprovação da reeleição vai facilitar as demais reformas constitucionais, porque a perspectiva de seis anos de poder para FHC amplia sua base de apoio no Congresso. Luís Eduardo afirma que, normalmente, os governos vêem sua bases parlamentares sendo reduzidas à medida que se aproxima o fim do mandato.
A seguir, os principais trechos de entrevista concedida por Luís Eduardo sobre sua gestão:
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REFORMA POLÍTICA - "Primeiro, é preciso acabar com o slogan reforma política. Depois, é preciso fazer por partes. Juntos, somam-se as dificuldades de cada um e cai todo o projeto."

FIDELIDADE PARTIDÁRIA - "Seria aprovado algo com regra de transição. Eu acho que tem que ser para implantação imediata."

EXTINÇÃO DO IPC - "Os deputados sentiram que seria extinto mesmo. Então, preferiram negociar para não perder tudo."

LEI DE IMPRENSA - "Havia um clima de revanchismo com a imprensa na Casa. Eu passaria para a história como o presidente que censurou a imprensa." Por isso não colocou em votação requerimento de urgência para votar a lei.

MEDIDAS PROVISÓRIAS - "Os candidatos falam em reduzir a edição de medidas provisórias. O Congresso só pode tratar disso depois que votar todas as MPs. Tem MP que está aqui há 33 meses, e o Congresso não se reúne para votar. Depois que votar, pode fazer um projeto de lei para limitar as edições."

EXECUTIVO - Luís Eduardo não aceita a acusação de que encaminhou as reformas seguindo a vontade do Executivo. "Tudo aqui foi decidido no voto. Quem decidiu foi a maioria. O que acontece é que a oposição não quer votar contra. Quer é não votar."

TV PARA A CÂMARA - "Vai ser bom para as lojas de roupas. Todos vão querer aparecer bem na TV." Luís Eduardo acha que a transmissão de sessões ao vivo vai resultar em intermináveis intervenções dos deputados. Algumas votações podem ir até a madrugada, prevê.

VERBA DE GABINETE - "Vai chegando a um ponto em que a resistência da gente vai chegando a um limite. Pensei em criar uma vaga a mais (para os gabinetes). Mas fiz as contas e vi que custaria R$ 1 milhão por mês, ou R$ 13 milhões por ano. Vetei. A minha popularidade aqui dentro não está grande."

RELAÇÕES EXTERIORES - Na quinta-feira, Luís Eduardo viaja para a Europa com a família para um descanso de 11 dias. No final de fevereiro, assume a presidência da Comissão de Relações Exteriores. Afirma que não pensa em assumir qualquer ministério de FHC.

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