São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Paralisação deixa 78 mil sem trens

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT

Pelo menos 78,3 mil pessoas ficaram sem trens ontem em São Paulo durante a greve de advertência promovida pelo Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana. O número é da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Segundo o sindicato, cerca de 125 mil passageiros ficaram sem transporte ferroviário.
Segundo a CPTM e o sindicato, a adesão ao movimento foi de 100%. A categoria reúne cerca de 1.400 trabalhadores, que operam as linhas sul e oeste e a linha que liga Santos a Samaritá, no litoral paulista. Diariamente, 261 mil passageiros são transportados nessas linhas, segundo a CPTM.
A paralisação começou à 0h de ontem e acabou às 12h. Não houve registro de incidentes. Os ferroviários exigem a reabertura do processo de negociação do contrato coletivo de trabalho, manutenção da indenização unilateral para funcionários demitidos e da jornada de trabalho de 36 horas por semana na área operacional.
Eles querem ainda reajuste salarial de 13,27% (recuperação das perdas salariais na data-base de janeiro, de acordo com o ICV-Dieese). O plano de cargos e salários proposto pela CPTM prevê reajuste apenas para funcionários que aderirem à jornada de 42 horas semanais.
Segundo a CPTM, com o plano, 75% dos ferroviários teriam os salários aumentados entre 10% e 95%. O restante receberia um reajuste inferior a 10%. No dia 18 haverá uma reunião de conciliação entre as partes no TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
Apesar de a greve dos ferroviários ter sido anunciada com antecedência, a CPTM não providenciou meios de locomoção alternativos para os passageiros.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa, não foram acionados esquemas especiais de ônibus porque a medida não iria aliviar o sistema, uma vez que a paralisação teve pouca duração.
O presidente da CPTM, José Roberto Medeiros da Rosa, não foi localizado para comentar a greve. Ele está na Espanha, onde vai assinar um contrato de financiamento para a compra de 30 trens novos. Essas composições irão operar na linha leste.

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