São Paulo, terça-feira, 4 de fevereiro de 1997
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Escolas simulam desfile nas ruas do Rio

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O Sambódromo e as ruas próximas às quadras das escolas de samba do Rio viraram, nos últimos dias, palco dos treinos finais dessas agremiações para o Carnaval.
O Salgueiro fez anteontem seu último ensaio técnico, na rua Conde de Bonfim, a principal da Tijuca (zona norte), bairro da escola.
Os componentes desfilaram por uma distância semelhante à da pista do Sambódromo (540 m), durante 90 minutos -o tempo máximo de desfile será 80 minutos.
"Ensaiar na rua é importante porque quem não vai desfilar aprende o samba e ajuda da arquibancada", diz o diretor-geral de harmonia, Jorge Calça Larga, 62.
Na Unidos do Porto da Pedra, o diretor de harmonia, Jorge Moreira, 58, adotou um método pelo qual foram ensaiadas primeiro as partes "nobres" da escola: bateria, ala das baianas, comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira.
Após três meses, ou seja, em dezembro, é que começaram os ensaios conjuntos com as demais alas, onde foi definida a forma de cantar o samba -o andamento e o tom, diferentes dos da gravação.
Moreira calcula que 20% dos desfilantes da Porto da Pedra não participaram de nenhum ensaio. No desfile, haverá componentes treinados no começo e no fim de cada ala para "balizar" os demais.
No Sambódromo, os últimos ensaios técnicos permitidos às escolas ocorreram na semana passada.
A ala de passo marcado da Mangueira, com 38 moças representando atletas de ginástica artística, treinou na quinta-feira, sob a orientação da coreógrafa Geísa Bernardes, 48. Ela interrompeu várias vezes o ensaio para chamar a atenção das componentes.
Em outro momento, Geísa subiu a um camarote para observar melhor a evolução da ala e pediu a uma assistente para filmar com uma câmera de vídeo. "Quero dar uma olhadinha antes do nosso último treino, na quadra."

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