São Paulo, quinta-feira, 6 de fevereiro de 1997 |
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Santos passa hoje pelo teste de maturidade
MATINAS SUZUKI JR.
Ok, o Santos leva a vantagem do empate. Mas o Santos sabe melhor do que qualquer outro time o quão frágil é a vantagem de um gol quando a última partida é contra o Flamengo, lá no Maracanazão. (O Mengo é um time que nasceu com tamanha vocação para o gigantismo que ele usa o Maracanã com a mesma naturalidade com a qual o Juventus usa o simpático e modesto estádio da rua Javari.) Além disso, como mostraram em rompantes do primeiro tempo no Morumbi, Lúcio (que ainda cisca em demasia, como uma maneira de mostrar a sua habilidade; precisa receber um tratamento específico do Júnior para reter menos a bola), Romário e Sávio formam um trio habilidoso, rápido, certeiro. Se o Flamengo, com o belíssimo uniforme de calções negros, marcar o primeiro gol e reverter a vantagem, estará aberta a oportunidade para esse trio mostrar um futebol de encher de alegria até os torcedores do Fluminense. Teve um primeiro tempo brilhante -começando pelo posicionamento impecável, que imobilizou os laterais e o meio-campo flamenguista. E exibiu novos (pelo menos atuando por grandes equipes) jogadores de alto gabarito, como a dupla Alê-Alê-olá: o esguio Alexandre, que arquitetou o belíssimo contra-ataque do segundo gol do alvinegro santista, e o incansável definidor Alessandro. A maquininha Robert, com mais liberdade proporcionada pelo novo Santos, vira um super-homem no meio-campo. Wanderley Luxemburgo é otimista quanto aos demais integrantes da linha intermediária do seu time. Como ele é expert, vamos dar um voto de confiança e analisar a desenvoltura dos garotos. Tivemos momentos de excelente futebol e de Primeiro Mundo no primeiro tempo do Morumbi. Poucas faltas, técnicos competentes e armadores de times (além de elegantes: Luxemburgo de terno, Júnior usando e abusando da grife Giorgio Armani), jogo ofensivo e cheio de alternativas. Tudo indica que teremos reprise, hoje, no Maraca. * O Barcelona está na mesma posição do Santos. Entra hoje na casa do adversário para administrar a vantagem mínima sobre o Real Madrid. Um Barcelona ciclotímico, de altos e baixos, e que parece viver mesmo a fase terminal de Bobby Robson (vem sendo responsabilizado pelas más atuações, mas, a meu ver, o problema todo começa porque está mal servido de jogadores de defesa e de proteção da zaga). A TV espanhola, depois do vexame contra o Oviedo, dizia que o técnico inglês não tem mais nenhuma influência sobre os jogadores, que nem sequer prestam atenção às suas orientações no vestiário. Derrotado, o Barça fica eliminado da Copa e, a cinco pontos atrás do Real, corre grande perigo na liga. Texto Anterior: FPF aceitará pedidos de passe livre Próximo Texto: Lamentável Índice |
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