São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Relatório do BC vê um 97 'cor-de-rosa'

Reformas devem ser todas aprovadas

ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central traçou um cenário cor-de-rosa para 97 no relatório em que explica como definiu a quantidade de dinheiro que vai circular na economia neste ano.
É nas contas públicas que o Departamento Econômico do BC deposita maior otimismo.
"Além da aprovação da mudanças constitucionais administrativa, previdenciária e tributária, o governo conta com o resultado de medidas infraconstitucionais no sentido de promover avanços na redução do desequilíbrio fiscal."
Ou seja: o BC crê não só que as reformas serão todas aprovadas, mas acha que todas serão regulamentadas em tempo hábil para surtir efeito positivo sobre as contas públicas ainda neste ano.
As reformas constitucionais precisam ser aprovadas por três quintos do Congresso, com votações em dois turnos na Câmara e no Senado. As propostas de reforma administrativa e tributária ainda precisam passar por todo esse trâmite.
A reforma previdenciária foi aprovada pela Câmara, que, entretanto, desfigurou a proposta do governo. Por isso, deverá ser alterada no Senado e voltar à Câmara.
O BC acha que o crescimento econômico será mais intenso, as contas externas deverão ficar mais equilibradas e todo o dinheiro das privatizações irá para a amortização da dívida interna.
Com base nessas previsões, o governo estabeleceu o limite de dinheiro que deverá ser "fabricado" para atender as necessidades da economia em 97.
O BC acha que as contas públicas serão mais favoráveis porque em 97 haverá "maior arrecadação de tributos, decorrente do crescimento econômico mais elevado".
Nas 14 páginas do documento, não há nenhuma linha sobre os últimos movimentos da equipe econômica, que acompanha de perto o nível de atividade para decidir se impõe freio na economia.
Só existem as exportações, que devem melhorar com "as medidas de incentivo e o processo de reestruturação da indústria".
Previsões de integrantes da própria equipe econômica, entretanto, consideram a possibilidade de déficit (importações maiores que exportações) de até R$ 8 bilhões.
Para o BC, a inflação ficará entre 6% e 7% ao ano, os juros cairão e haverá recuperação dos Estados.

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