São Paulo, sexta-feira, 7 de fevereiro de 1997
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Promotor pode acusar Clinton e Hillary

Carlos Eduardo Lins da Silva

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Informação é do jornal 'The Washington Post'; casal teria cometido atos ilegais na década de 80

O promotor especial do caso Whitewater está finalizando uma avaliação sobre a possibilidade de acusar formalmente o presidente dos EUA, Bill Clinton, e a primeira-dama Hillary Clinton, por ações suspeitas de ilegalidade na década de 80, quando ele era governador do Estado de Arkansas, sul do país.
A informação foi publicada pelo jornal "The Washington Post" na sua edição de ontem e depois confirmada pela agência "Associated Press". O escritório do promotor, Kenneth Starr, não comentou a notícia. O advogado do casal Clinton, David Kendall, disse que "já é tempo de colocar todo esse assunto de Whitewater no passado".
Segundo o "Post", Starr recebeu "informações novas e importantes" de James McDougal, ex-sócio do casal Clinton em diversos negócios acusados de ilegalidade. McDougal foi condenado por 18 crimes. Sua sentença ainda não foi definida porque ele resolveu colaborar com a promotoria.
Starr também está investigando novas acusações que envolvem Webster Hubbell, ex-subsecretário da Justiça, que cumpre pena de prisão por causa de Whitewater.
Semanas antes de começar a cumprir sua sentença, Hubbell foi contratado para prestar serviços a companhias do grupo empresarial indonésio Lippo, pelos quais recebeu US$ 200 mil. O grupo Lippo está associado ao caso Asiagate, doações suspeitas de ilegalidade feitas por empresas estrangeiras à campanha de reeleição de Clinton.
Hubbell também está sendo acusado de ter feito pagamentos em dinheiro a pessoas chamadas por Starr para depor no processo.
Os casais Bill e Hillary Clinton e James e Susan McDougal constituíram em 1979 uma empresa de construção civil sob o nome de Whitewater, em Arkansas. Há evidências de que a Whitewater pode ter sido usada como fachada para captar contribuições para campanhas eleitorais de Clinton.
As investigações de Starr envolvem esses e outros negócios, mais possíveis encobrimento de evidências e obstrução ao trabalho da Justiça na apuração desses fatos depois que Clinton assumiu a Presidência, em janeiro de 1993.
Starr investiga outras possíveis ilegalidades do governo Clinton, como a utilização pela Casa Branca, sede do governo, de fichas de pessoas na polícia federal.

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