São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Para Rainha, invadir é mais arriscado

Bloco do MST desfila no interior

EDMILSON ZANETTI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

O líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema, José Rainha Jr., disse que a emoção de desfilar no Carnaval é a mesma de uma invasão de terra.
"A emoção é a mesma. O samba é mais fácil, a invasão é mais arriscada. Mas fiquei encantado", disse ontem de manhã, poucas horas depois de desfilar pela escola Independentes da Zona Leste, em Presidente Prudente (SP).
Rainha era um dos 80 integrantes da ala "MST na Folia", formada por líderes do movimento e acampados. Sua mulher, Diolinda Alves de Souza, foi a grande ausência. Estava gripada, mas desfila hoje.
A escola, com 600 integrantes, 26 anos de avenida e 13 títulos, foi aplaudida de pé quando a ala dos sem-terra passou na avenida 14 de setembro. "Foi a legitimação do movimento. A escola é uma das favoritas", disse Rainha, empolgado com seu primeiro desfile.
A comerciante Regina Carla Trevisanelli, 20, invadiu a avenida e deu um abraço no líder. Os sem-terra trajavam camiseta com a logomarca do MST. Rainha carregava uma enxada de isopor. Ele samba mal e diz que se sente mais à vontade num acampamento.

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