São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Presidente critica bloco comercial dos EUA

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

O presidente FHC deu ontem uma nova estocada na guerra de palavras com os EUA. "Existe hoje, talvez, um avanço maior na negociação no Mercosul e na América do Sul do que no próprio Nafta", disse.
"Toda hora, a relação entre México, Canadá e Estados Unidos não fica muito clara", acrescentou. O Nafta é o bloco comercial formado por esses três países.
Foi em resposta a uma pergunta da Folha sobre a insistência de FHC em falar mais da integração sul-americana do que da integração de todos os países americanos.
O presidente nega, como é óbvio, que a prioridade brasileira em ampliar os laços do Mercosul com os outros países sul-americanos seja uma maneira de fortalecer o Sul para negociar em bloco com o Norte (o Nafta).
"É mais do que isso", respondeu. "Estamos também aprendendo esse mecanismo de negociação entre nós. Facilita a negociação com o Nafta", completou.
Antes, FHC havia dito a um público de autoridades e empresários britânicos e latino-americanos que "uma das prioridades da política externa brasileira é ajudar a construir uma moderna e integrada América do Sul. Vemos tal processo como um movimento essencial na direção da liberalização da economia nas Américas".
Mas a diplomacia brasileira joga também, como contraponto à integração americana, a carta de um acordo de livre comércio com a UE (União Européia).
Há uma prazo de entre 18 e 24 meses para avançar na negociação, mas, pelo relato de FHC, começou a ruir um dos principais obstáculos: as barreiras que a UE impõe a produtos agrícolas provenientes do Mercosul.
Durante almoço oferecido pelo premiê britânico, John Major, o responsável pelo Comércio na UE, Leon Brittan, disse que "as questões agrícolas serão postas na discussão" (entre o Mercosul e a UE). Até aqui, a UE evitava discutir o que chama de "áreas sensíveis".
FHC disse que "o fortalecimento de relações comerciais entre o Brasil e a UE depende de melhorar as condições de acesso para nossos produtos agrícolas e alimentícios".

LEIA EDITORIAL sobre ritmo da abertura econômica à pág. 1-2

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