São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Tucano encontra líder trabalhista

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

FHC convidou ontem o líder da oposição britânica, o trabalhista Tony Blair, a visitar o Brasil, qualquer que seja o resultado da eleição prevista para maio.
Todas as pesquisas dão folgada vantagem a Blair sobre o premiê John Major, atual líder do Partido Conservador, no poder há 17 anos.
Blair encontrou-se ontem com FHC e deve ter sido caso de amor à primeira vista. Afinal, Blair fez uma revisão conceitual no trabalhismo inglês (versão local da social-democracia) semelhante à que os sociais-democratas brasileiros executaram ao chegar ao poder.
O próprio FHC disse que o convite se deve ao fato de que Blair está "revendo antigas ortodoxias".
A mais simbólica revisão operada por esse advogado de 43 anos foi eliminar a cláusula do programa partidário que previa a estatização dos meios de produção.
É por isso, entre outras revisões, que a revista "The Economist", em seu anuário 1997, descreve como "estritamente da variedade ética" o que restou de socialismo no Partido Trabalhista.
O objetivo de Blair, completa a análise, "é não mais (mas também não menos) do que um capitalismo mais humano". Se é isso, coincide com a retórica de FHC desde que chegou à Presidência.
Retórica retomada ontem, no discurso pronunciado em conferência sobre a América Latina.
FHC reiterou promessa do discurso de posse: "Diminuir as enormes disparidades de renda e qualidade de vida é o principal objetivo de nosso governo".
É razoável supor que Blair, se eleito, diga algo semelhante.
(CR)

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