São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997
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Samba baiano de Carla Perez provoca berros

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

Sob assovios e gritos de "gostosa", a dançarina Carla Perez, do grupo "É o Tchan", fez ontem sua estréia no Sambódromo, requebrando no alto do carro alegórico "Salvador Dali", parte do enredo "De Poeta, Carnavalesco e Louco... Todo Mundo Tem Um Pouco", da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.
"Vou mostrar que uma baiana pode sambar como carioca", prometeu Carla, antes do desfile.
Vestindo um minúsculo biquíni, que lhe ressaltava os 102 centímetros de quadris, Carla sorria o tempo todo.
Antes que o desfile começasse, sua mãe, Ivone, que, no asfalto, a acompanhava, rezou, junto com outros parentes. Mostrando algum nervosismo, a dançarina enxugou duas lágrimas -sempre sorrindo.
"Carlinha! Carlinha!", berraram admiradores que se aglomeravam no viaduto São Sebastião, sobre a avenida Presidente Vargas, e também do outro lado do canal do Mangue, quando o carro com ela se aproximou.
A dançarina respondeu com um show de rebolado.
A recepção do público das arquibancadas dos primeiros setores do Sambódromo, porém, foi fria. Os aplausos cresceram à medida que o carro avançava em direção à praça da Apoteose. Dos camarotes, alguns jogavam beijos, outros imitavam a coreografia protagonizada pela dançarina na música "Segura o Tchan". A resposta de Carla? Rebolar mais, claro.
Após o desfile, cercada de fãs que lhe pediam autógrafos, Carla sorria ainda mais ante os repetidos gritos de "Carlinha, Carlinha".
"Saí onde eu queria, foi emocionante, muito bom", afirmou. Ela precisou ser escoltada por 16 guardas na Apoteose: dezenas de homens a cercavam, querendo uma foto, autógrafo ou simplesmente alguns segundos de atenção.

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