São Paulo, terça-feira, 11 de fevereiro de 1997 |
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Autor diz ter sido bom atleta
RODRIGO BERTOLOTTO
Ele se vangloria de ter sido um bom esportista. "Foi um atacante perigoso no futebol e me defendia bem no tênis e no rúbgi." Outro tema que o deixa orgulhoso é seu passado com as mulheres. "Não foi o campeão mundial dos mulherengos. Mas tive as necessárias, o que significa muito." Mas isso também traz algum remorso. "Percebo agora que devia ter dado mais atenção para minha mulher. Ela sempre fala que eu voltava para ela porque a amava." Bioy era casado com Silvina Ocampo, poeta morta há três anos. Meses depois, foi a vez de sua filha, Marta, morrer em um acidente de carro no centro de Buenos Aires. As duas notícias foram seguidas pela informação que seu genro movia uma ação para ficar com o apartamento onde mora Bioy, na rua Posadas. Bioy, porém, conseguiu escapar da despejo. "Parece que me vou salvando. Eu tive que pagar uma quantia muito grande para meu genro. Bom, estou mais pobre, mas sobrevivendo." Em compensação, tem a companhia dos dois netos que vivem com ele no apartamento. "Eles vão tomando posse das coisas. Eu sou muito amigo deles. Minha neta está atualmente estudante cinema em Chicago. O outro neto, de 24 anos, está aqui. Eu o vejo muito pouco. Ele dorme tarde e acorda tarde. Eu faço tudo cedo. Fico bravo esperando que ele levante para irmos almoçar em um restaurante aqui próximo." Seu recreio diário acontece no restaurante Lola, distante 200 metros de sua casa e localizado no coração do refinado bairro portenho da Recoleta. Em maio, começa seu giro anual pelo mundo -uma fuga do inverno rigoroso de Buenos Aires. "Tenho convites para ir a Montevidéu, Roterdã, Paris e Boston. Depois, vou a Cagnes-Sur-Mer (França) para escrever. Com as novas publicações, vou bancar meus gastos futuros." (RB) Texto Anterior: Bioy Casares revela sua alma Próximo Texto: Bioy fala do amigo Borges Índice |
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