São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 1997
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NOVOS DESAFIOS

O alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA) sobre o aparecimento de novas epidemias em todo o mundo enseja vários questionamentos sobre as políticas de saúde pública adotadas hoje.
Com o surgimento ou a mutação de vírus e bactérias, nos últimos anos, as autoridades de saúde precisarão rever não só conceitos sobre muitas doenças tradicionais como também as estratégias até então utilizadas para combatê-las. Apesar de até certo ponto alarmista, a preocupação com o desenvolvimento desses novos males impõe uma cobrança adicional por uma expansão de ações preventivas, essenciais no trato com moléstias de efeitos desconhecidos.
Epidemias como a do cólera, que desde 91 matou cerca de 9.000 pessoas na América do Sul e na América Central, ou a do vírus Ébola, responsável por 245 mortes no Zaire em 95, mostram que tanto o surgimento de novas doenças como o retorno de outras aparentemente controladas já é um problema real, principalmente em nações do Terceiro Mundo.
A grande preocupação de médicos e cientistas que estudam o desenvolvimento dessas moléstias é a facilidade com que elas podem se alastrar se a epidemia inicial não for imediatamente controlada. O Brasil, com grandes deficiências em termos de saneamento básico e saúde pública, é claramente um dos possíveis focos de evolução desses novos males.
Assim, é preocupante qualquer decisão de cortes de verbas para ações preventivas, como a tomada no caso da vacinação contra a hepatite-B, que teve o número de doses reduzido de 40 milhões para 10 milhões. Independentemente das razões do governo para tomar essa decisão, não se deve perder de vista a importância das vacinações em massa num país de tantas carências como o Brasil.
Há hoje uma série de novos desafios em todo o mundo na área da saúde. Quanto mais rápidas forem as ações para enfrentá-los, maiores chances haverá de vencê-los.

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