São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 1997
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FHC não cometeu gafe

HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Sempre bom aluno de história, FHC não cometeu gafe alguma nas vestimentas que escolheu para sua visita ao papa, foi até comedido.
A pompa sempre marcou o estilo do Vaticano. As grandes cerimônias medievais da Santa Sé incluíam uma procissão de cardeais e bispos usando suas "cappae magnae" (grandes capas), decoradas com arminho ou faixas de ouro.
Seguiam-se-lhes prelados em sotainas violetas, e os cavaleiros de Malta em suas túnicas escarlates. Oficiais da guarda não hesitavam em exibir armaduras com detalhes de ouro, e eram secundados pela Guarda Suíça com uniformes em azul, vermelho e amarelo, desenhados por Michelangelo.
Por fim, numa apoteose de dar inveja a Joãosinho Trinta, vinha o papa sentado em sua "sedis gestatoria", pequeno trono portátil carregado por 12 serviçais com librés damasco.
O uso do negro -que simboliza o luto- pelo presidente seria condenável de acordo com as prescrições vestimentais do papa Inocêncio 3º, mas perfeitamente admissível na Quaresma. Podem-se criticar muitas das ações e inações do presidente, mas vocação para príncipe ele tem.

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