São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 1997![]() |
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Bombardeios do Zaire matam 9 e ferem 37
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Ao menos nove pessoas foram mortas e 37 feridas ontem em bombardeio das Forças Armadas do Zaire sobre Bukavu (leste), controlada pela guerrilha tutsi.Testemunhas e integrantes dos Médicos Sem Fronteira disseram que o bombardeio deixou buracos de três metros de profundidade ao redor do mercado da cidade. Três jatos de combate das Forças Armadas zairenses atacaram Bukavu durante 15 minutos a partir das 16h (11h em Brasília). Foi o primeiro ataque aéreo do Zaire contra os rebeldes confirmado por uma fonte independente. As forças militares zairenses, desunidas e mal pagas, têm encontrado dificuldade para enfrentar os rebeldes tutsis. O presidente do Zaire, Mobutu Sese Seko, recusou ontem a oferta dos guerrilheiros para negociar uma trégua. O presidente zairense ordenou que se iniciassem ataques aéreos a cidades controladas pelos guerrilheiros. O Ministério da Defesa do país, em comunicado divulgado ontem, disse que o Exército do Zaire tem bombardeado Bukavu, Shabunda e Walikale. O comunicado dizia também que Goma, a maior cidade controlada pelos rebeldes, seria o próximo alvo. O ministério acrescentou ainda que se tratava de "uma operação cirúrgica, que visava apenas a alvos militares e estratégicos". Os civis foram avisados para se afastar dessas áreas, disse o comunicado. Confronto étnico Desde outubro último, a guerrilha tutsi domina uma larga faixa do território leste do país. Os tutsis banyamulengues, a etnia que forma a guerrilha, vivem na região leste do Zaire há mais de 200 anos, quando emigraram da vizinha Ruanda. Os ataques contra o governo do presidente Mobutu se iniciaram depois que o Zaire se negou a conceder cidadania aos banyamulengues e anunciou que iria expulsá-los para o território ruandense. Os confrontos entre guerrilheiros e tropas do governo foram a causa do êxodo de mais de 1 milhão de refugiados hutus que ocupavam a região provenientes da vizinha Ruanda. O governo zairense acusa Ruanda, Uganda e Burundi, países controlados pela etnia tutsi, de patrocinar os rebeldes. Os três negam as acusações. Texto Anterior: Guerrilha tadjique solta últimos reféns; Colômbia critica ação antidrogas dos EUA; Salinas nega manter vínculo com traficantes; Albaneses mantêm protesto pelo 13º dia Próximo Texto: Diplomata pode ir à Geórgia cumprir pena Índice |
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