São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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PMDB escolhe líder aliado do governo

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Garantida a eleição de Michel Temer (SP) para a presidência da Câmara, o PMDB partirá para a eleição de um líder de bancada que consolide a aliança com o governo. O partido quer espaço na reforma ministerial prevista para março.
Entre os candidatos a líder, o mais alinhado ao governo é Geddel Vieira Lima (BA). Ele integrou o comando da campanha pela aprovação da emenda da reeleição e foi um dos coordenadores da campanha de Michel Temer.
O concorrente mais forte é João Almeida (BA), que perdeu a disputa pela liderança para Temer por apenas três votos em 95. Mas o deputado votou contra a reeleição e saiu enfraquecido do processo.
Geddel enfrenta resistências na bancada em virtude de sua ligação com o deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA).
O deputado Jurandir Paixão (SP), que vai votar em Almeida, define o quadro: "O João se enfraqueceu na emenda da reeleição, mas tem mais penetração na bancada, é mais independente. O Geddel é mais conservador".
O candidato José Luiz Clerot (PB) é governista e votou a favor da reeleição, mas não participou do comando da campanha.
O vice-líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN) afirma que o novo líder deverá conduzir o partido para uma relação mais estreita com o governo. Ele considera que chegou o momento de o PMDB ocupar mais espaços no governo.
A aprovação da reeleição em primeiro turno e a eleição de Temer teriam consolidado a aliança entre o PMDB, o PFL e o PSDB, os três partidos que integram o núcleo do governo Fernando Henrique.
Geddel deixa clara a sua posição: "O partido tem que deixar o drama shakespeariano de 'ser ou não ser'. Um partido com a história do PMDB tem que ser governo".
Almeida afirma que o PMDB é um aliado do governo e "tem que se comportar como tal". Diz que sempre acompanhou o governo.
Teria votado contra a reeleição porque a convenção do PMDB havia determinado o adiamento da votação. No segundo turno, Almeida afirma que votará a favor da emenda, porque essa foi a decisão da maioria da bancada.

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