São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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OMC começa discutir regime automotivo

DENISE CHRISPIM MARIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Negociadores brasileiros começam a rever a partir de hoje, na OMC (Organização Mundial do Comércio), o acesso ao mercado nacional de automóveis e caminhões produzidos por montadoras não instaladas no país.
Hoje, eles enfrentarão uma rodada de consulta informal sobre o regime automotivo com o Japão. O páreo será mais duro nos próximos dias 20 e 21, quando as discussões com negociadores norte-americanos terão caráter formal.
Os EUA pleiteiam, pela segunda vez, a criação de uma cota tarifária que beneficie as exportações de caminhões de duas de suas montadoras -a Navistar e a Caesa.
Em outubro de 96, os norte-americanos reivindicaram cota de 12 mil caminhões durante 12 meses -quantia que significa 25% da produção nacional. Saíram de Brasília sem conseguir o acordo.
Os japoneses, por sua vez, querem discutir a prorrogação, em agosto e por mais 12 meses, da cota tarifária para veículos de montadoras do Japão, União Européia e Coréia do Sul ainda não instaladas no país.
A Folha apurou que diplomatas japoneses esperam acréscimo do volume da cota tarifária, hoje de 50 mil automóveis por um ano, por conta da expansão do mercado brasileiro de veículos.
Em agosto de 96, quando pediu consultas formais na OMC, os japoneses pleiteavam cota de 70 mil veículos. A proposta deve ser reapresentada. Com isso, querem aumentar sua atual fatia, que é de 23,75 mil veículos por 12 meses.
A estratégia dos brasileiros é manter a ameaça de extinguir a cota tarifária caso qualquer país questione o regime automotivo na OMC. Com isso, esperam inibir os EUA, que podem recorrer a esse órgão em março.
(DCM)

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