São Paulo, quarta-feira, 19 de fevereiro de 1997
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Artistas locais não se mobilizam

DANIELA ROCHA
DA ENVIADA ESPECIAL

Artistas da cidade parecem pouco envolvidos com a audiência de Zé Celso. As pessoas da Delegacia de Cultura da cidade ficaram sabendo da audiência por meio de jornais de São Paulo. "Daqui não deve sair nenhuma mobilização", afirmou uma das assessoras.
A Casa de Cultura Luis Antonio Martinez Corrêa estava fechada.
Ontem pela manhã, o vice-presidente da Associação de Produtores e Artistas Unidos de Araraquara, Marcelo Henrique Lima, que também é editor de cultura do jornal local "O Imparcial", ligou para vários artistas da cidade para "conscientizá-los" do que estaria acontecendo no Fórum.
"A classe artística está desorganizada", disse. "Se o caso for arquivado, a festa ficará por conta da comitiva de artistas que deve vir à cidade com o próprio Zé Celso."
O diretor e os atores Marcelo Drummond, Celso Sim, Pascoal da Conceição, Alleyona Cavali, Cibele Forjaz e Denise Assunção, que foram acusados de "vilipendiar imagens sagradas" com a encenação de "Mistérios Gozosos" em Araraquara, organizaram uma comitiva de artistas para ir em um ônibus à cidade natal do diretor.
"Este é o momento de mobilizarmos a classe artística e o público para alertar sobre esse fascismo que existe não só em Araraquara, mas em todo lugar", afirmou.
"A peça é de Oswald de Andrade, e eu sou oswaldiano, mexo nos tabus", disse o diretor. Estavam confirmados na caravana de Zé Celso os artistas José Miguel Wisnik, Alexandre Borges, Julia Lemmertz e Renato Borghi.
(DR)

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