São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997 |
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Intolerância
NELSON DE SÁ
Na campanha, Maluf focou as críticas a Covas na segurança e usou "municipalização" como código para tripudiar sobre o tucano. Polícia tão ineficiente precisaria ser tirada do governador, virando municipal, como em NY. Covas aguardou, mas respondeu. Espalhou novas "viaturas", com desfile para a televisão, e copiou o mais popular dos projetos nova-iorquinos, que leva o título fascista de "Tolerância Zero". Nos últimos dias de "intolerância", ganhou atenção ampla e elogiosa no "mundo cão" que ocupou o início da noite, em programas como Aqui Agora, Brasil Verdade, Cidade Alerta etc. Encontrou, como se diz, solo fértil. Nem é preciso dizer no que resulta a idéia fora de lugar, de "tolerância zero", em país que mal tolera direitos civis. * O secretário de Segurança seguia em campanha contra a "municipalização" na Globo: - O problema é muito mais complexo do que montar uma guarda e pôr aí, nas ruas. * Em meio ao jogo de interesses de transmissão que acovarda a televisão, surgiu um atirado Jornal da Band. Esta primeira semana, ao menos, esqueceu as conveniências da própria"Band", e atirou: - Exclusiva... Uma importante fábrica de material esportivo garante que os indícios apontam na direção certa: a Nike escalou Romário. Nem Zagallo nem gols, mas a "patrocinadora". No dizer do mesmo, deliciosamente desbocado, "o lobby comeu o lobo". E Globo, SBT e Record citaram como se fosse piada. * - Mais um escândalo financeiro abala o país... Mais um... E nem os âncoras, empostando, fingindo brio moral, pareciam acreditar que vai ser diferente. Texto Anterior: Desarmamento inicia em março Próximo Texto: Os nós no acordo com SP Índice |
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