São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Banespa quer cortar 5 mil funcionários

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o objetivo de obter uma economia mensal da ordem de R$ 20 milhões, o Banespa vai anunciar na próxima semana uma nova fase de seu PDV (Programa de Demissões Voluntárias).
A iniciativa do Banespa, que conta com a aprovação do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, envolve um amplo remanejamento de pessoal e o fechamento de 80 a 100 agências do banco em todo o país, inclusive no Estado de São Paulo.
Segundo a Folha apurou, a meta da administração do Banespa, que continua sob intervenção do Banco Central, é reduzir em 5.000 funcionários o quadro atual de 26 mil.
Adesão rápida
A expectativa da direção do banco, que tem na presidência, desde 1º de agosto de 1995, o interventor do BC, Antonio Carlos Feitosa, é conseguir uma rápida adesão de 5.000 funcionários.
Caso isso não aconteça dentro de um prazo ainda a ser fixado pelo banco, serão feitos cortes de funcionários até a meta de 5.000 demissões.
Quando sofreu a intervenção do Banco Central em 31 de dezembro de 1994, o Banespa tinha um quadro de 31 mil funcionários.
Desde então, 5.000 funcionários aderiram aos programas de demissões voluntárias e de incentivo à aposentadoria.
Reajuste
O Banespa vai oferecer aos novos candidatos à demissão as mesmas condições aplicadas nas fases anteriores do programa -ou seja, um salário para cada 36 meses trabalhados.
O salário-base para o cálculo das indenizações terá um aumento de 10,8%, retroativo a setembro do ano passado, que é o percentual de reajuste negociado entre o Banespa e as 22 bases sindicais de seus funcionários.
O reajuste será pago somente aos funcionários das bases sindicais que assinaram esse acordo salarial.
Os sindicatos que não assinaram, inclusive o da Grande São Paulo e todos os demais filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) -exceção das bases de Bragança Paulista, Jundiaí e Limeira- não vão receber o reajuste.
Divisão dos cortes
O corte de R$ 20 milhões mensais vai ser dividido em R$ 15 milhões na folha de pagamentos e mais R$ 5 milhões em custos administrativos.
O Banespa está ainda sob o Raet (Regime de Administração Especial Temporária), que foi prorrogado pelo Banco Central até 30 de junho deste ano.

Texto Anterior: BC faz devassa em quatro corretoras de SP
Próximo Texto: FHC vai criar pasta para direitos humanos
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.