São Paulo, sábado, 22 de fevereiro de 1997
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Dívidas agora devem ser quitadas

DA REPORTAGEM LOCAL

Os liquidantes das instituições fechadas ontem pelo Banco Central têm agora a missão de encerrar as atividades dessas empresas.
Dívidas serão cobradas, impostos serão recolhidos, ativos serão vendidos e, se o dinheiro for suficiente, credores serão pagos.
Os aplicadores de eventuais fundos de investimentos dessas instituições só perderão dinheiro se houver problema com os títulos que as instituições compraram para as carteiras. Os fundos têm personalidade jurídica independente do administrador.
Aparentemente, as empresas fechadas não tinham problemas de liquidez (falta de dinheiro em caixa) e contavam com patrimônio suficiente para saldar compromissos no processo de liquidação.
Paralelamente ao acerto de contas, o BC nomeará comissões de inquérito para vasculhar a documentação das empresas e produzir um relatório em até 180 dias.
Concluído, o relatório será encaminhado ao Ministério Público Federal, no caso de haver denúncia criminal -ações previstas na Lei do Colarinho Branco.
Seguirá também para o Ministério Público Estadual, para apuração de responsabilidade civil. Nesse caso, uma ação para ressarcimento de prejuízos poderá ser feita, bem como outra para o arresto dos bens dos proprietários.
A Polícia Federal e a Receita Federal deverão fazer investigações complementares. Finalizada a apuração, os Ministérios Públicos remeterão os processos à Justiça.
Mercado desconhecia
As dez distribuidoras de valores liquidadas são praticamente desconhecidas no mercado financeiro e a ação não abalou o meio. Corretores e operadores ouvidos pela Folha disseram nunca ter ouvido falar da maioria delas.
Distribuidoras são empresas de intermediação financeira que não têm acesso aos recintos de negociação (os "pregões") das Bolsas. Usam, para fazer negócios, sociedades corretoras, donas de títulos patrimoniais das Bolsas.
Somente em São Paulo há mais de 250 distribuidoras. Das liquidadas, apenas a Negocial e a Split eram ligadas à Adeval (Associação das Distribuidoras de Valores).
O presidente da Adeval, Ney Castro Alves, não foi encontrado para comentar o assunto.

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