São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997 |
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Lei Rouanet poderá custear visita do papa João Paulo 2º
WILSON TOSTA
A lei permite financiar eventos culturais com parte do Imposto de Renda a ser pago. A visita irá ocorrer em outubro. Presidente do Banco Fonte-Cindam, Gonçalves afirmou à Folha que o próprio coordenador do comitê, o ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira, foi encarregado de consultar o ministro da Cultura, Francisco Weffort, sobre a possibilidade de aplicação da lei ao caso. "Se (o apoio financeiro à viagem) for dedutível pela Lei Rouanet, poderá ser feito um projeto", disse Gonçalves. Segundo o empresário, já foi feito um contato com o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, para saber se é possível deduzir do Imposto de Renda o pagamento de despesas com a visita do papa ao Brasil -a terceira desde 1980. Gonçalves explicou que os eventos (entre eles, a festa no Maracanã, o congresso teológico e a missa no aterro do Flamengo) e a secretaria (parte da infra-estrutura) da visita custarão, segundo orçamento preparado pela Arquidiocese do Rio, cerca de R$ 7 milhões. Sem recursos, a arquidiocese, na tentativa de obtê-los com o empresariado, chamou Marcílio, que organizou a comissão, integrada, entre outros, pelo presidente da Associação Comercial do Rio, Humberto Motta, e pelo presidente do grupo Sendas, Artur Sendas. O grupo se reúne amanhã. "O evento no estádio vai ter transmissão de televisão para o mundo inteiro", afirmou. "Há possibilidade de merchandising? E a cessão do Maracanã, que tem a privatização no meio do caminho, como ficará? Por exemplo: quem vai explorar a venda de alimentação no dia da festa, no estádio? É possível uma concessão para venda de alimentação por um dia?" Gonçalves afirmou que há limitações óbvias ao uso do merchandising. "Não podemos transformar a roupa do papa em um macacão de piloto de Fórmula-1, cheio de anúncios", disse. O vice-coordenador do comitê disse que algumas empresas estão se propondo a ajudar de várias formas. A agência Giovanni já produziu, de graça, o cartaz da visita. A Xerox já se dispôs a fornecer fotocopiadoras, e a IBM, microcomputadores. A Giovanni e a Contemporânea estão preparando propostas para sustentação dos eventos. Texto Anterior: Políticos vêem saída para crise Próximo Texto: "DOs e DON'Ts" Índice |
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