São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997 |
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Para Cammesp, há ilegalidade
DANIELA FERNANDES
"As dívidas são fomentadas por índices de correção indevidos, que ficam acima da inflação do período", diz Humberto Rocha, presidente da Cammesp, associação que reúne mutuários paulistas. "Isso faz com que as pessoas tenham um saldo devedor superior ao valor de mercado do imóvel. Quem deixou de pagar uma prestação não tem condições de quitar a dívida total, ainda acrescida de multa e juros, e perde o imóvel." No primeiro leilão, onde o imóvel é vendido pelo valor total da dívida, normalmente não há compradores, afirma. O banco faz então uma licitação, vendendo o imóvel pelo valor de mercado. Ele diz que a associação recebe, em média, cerca de 40 consultas por dia de mutuários que já estão ou devem ficar em breve inadimplentes, solicitando informações. Segundo ele, a Cammesp recebe também queixas de mutuários que perderam seu imóvel e constataram que ele foi leiloado, em vários casos, por menos da metade do preço exigido pela CEF (Caixa Econômica Federal) do devedor. Rocha cita como exemplo o caso recente de um mutuário (segundo ele, um executivo) que devia R$ 150 mil à CEF e teve seu imóvel leiloado por R$ 65 mil. Ele diz os mutuários não devem parar de pagar suas prestações, mas devem questionar judicialmente os valores exigidos. O processo de retomada do imóvel em processo extrajudicial, também criticado por ele, é objeto de uma ação civil pública ajuizada em 1995 e ainda sem decisão, afirma Rocha. Texto Anterior: Bancos vêem insegurança jurídica Próximo Texto: Apelo a FHC não impede retomada Índice |
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