São Paulo, domingo, 23 de fevereiro de 1997
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Grupo prevê mudanças

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

Xiao Qiang, diretor-executivo da entidade de defesa dos direitos humanos Human Rights in China, acredita que a morte de Deng Xiaoping levará a mudanças na estrutura política chinesa, mas não a curto prazo.
"Quando ele (Deng) estava vivo, a natureza da estrutura política da China não podia ser questionada. Agora que ele se foi, isso passa a ser possível", disse à Folha.
No dia seguinte à morte de Deng, a Human Rights in China divulgou um manifesto em que pedia a libertação de todos os presos políticos da China.
"Deng deixa não apenas um legado de liberalização e reforma econômicas, mas de repressão autoritária que sistematicamente suprimiu todas as demandas por direitos humanos e democracia na China", diz o documento.
O governo chinês admite a existência de 3.000 presos políticos no país. A Human Rights in China" acredita que o número seja "milhares" de vezes maior.
Legitimidade perdida
Na opinião de Xiao, os dirigentes chineses perderam a legitimidade que era dada pela presença de Deng Xiaoping. "O poder deles passará a ser questionado."
A primeira oportunidade para isso, afirma, será o Congresso do Partido Comunista, que será realizado no segundo semestre.
Mas ele Xiao acredita que mudanças podem começar a ocorrer dentro de três a cinco anos, quando os atuais dirigentes passarão a ser substituídos por gerações mais novas.

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