São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Brasil não sabe quanto vai colher de café

ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A três meses do início da safra 97/98, o maior produtor de café do mundo ainda não tem uma definição de quantas sacas serão colhidas do produto.
O único levantamento realizado, divulgado pela Abecafé (Associação Brasileira dos Exportadores de Café) na semana passada, foi contestado pelo mercado e pelas secretarias de Agricultura dos quatro maiores Estados produtores.
A previsão da Abecafé indica colheita de 23,2 milhões de sacas (veja quadro abaixo).
"Cada um tem o direito de dar uma estimativa. Nossa possibilidade de erro é menor", diz Jorge Esteve Jorge, presidente da entidade, que representa 50% dos exportadores brasileiros de café.
Para traçar a estimativa de safra, a Abecafé ouviu 23 associados de diversas partes do país, que representam 85% do volume de exportações.
Desde a extinção do IBC (Instituto Brasileiro de Café), no início desta década, não existe uma pesquisa oficial sobre a safra.
O CNC (Conselho Nacional do Café) prevê colheita de 19 milhões de sacas, admitindo uma margem de erro de 10%.
"Previsões acabam criando especulações. Apesar de o preço estar em alta, o produtor não está sendo beneficiado", diz Gilson Ximenes Abreu, presidente do CNC.
Os EUA, maiores compradores de café brasileiro (15,92% das exportações de 96), ainda não divulgaram sua previsão para a safra.
Enquanto isso, o preço da saca de café fino continua em alta (R$ 205). Desde dezembro de 96, o preço subiu 65%.
"Há escassez e deve faltar café", diz Eduardo Carvalhaes Junior, do Escritório Carvalhaes Corretores.

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