São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Embrapa testa colheitadeira

DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo tipo de colheitadeira de café está sendo desenvolvida pela Embrapa em convênio com a Cooxupé (Cooperativa Regional de Guaxupé), de Minas Gerais.
O protótipo da nova colheitadeira está em fase de testes e deverá ser usada em 20 propriedades associadas da Cooxupé ainda nesta safra.
"O objetivo é diminuir o custo da colheita do café que chega a 65% do custo da produção", afirma Isaac Ribeiro Ferreira Leite, presidente da Cooxupé.
A máquina poderá ser operada por uma pessoa e substituirá o trabalho de seis a oito homens, segundo Silvio Crestana, chefe da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP).
"Já existem dois tipos de colheitadeiras de café, mas são caras (R$ 120 mil) e só trabalham em terrenos planos", afirma Crestana.
A colheitadeira que está sendo estudada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é adaptada para terrenos ondulados, característicos da região de Guaxupé, Sul de Minas.
"Outra vantagem desta colheitadeira em relação às existentes no mercado é que ela pode trabalhar em plantações adensadas", diz Crestana.
A nova máquina estará disponível para o mercado por volta do mês de agosto e deverá custar entre R$ 1.500 e R$ 2.000, segundo Crestana.
Mecanização
A colheita do café ainda utiliza técnicas usadas na época do Império. "A diferença é que estamos em uma economia globalizada e a mão-de-obra não é mais escrava", diz Leite.
Segundo ele, de janeiro de 94 a janeiro de 95, os insumos aumentaram 43% e a mão-de-obra 153%.
"A solução seria utilizar tecnologia de Primeiro Mundo, como da Embrapa, para obter melhores rendimentos na produção de café", diz Leite.
"Estamos fazendo estudos para mecanizar todo o processo de produção de café, da colheita à distribuição", afirma o presidente da Cooxupé.
A cooperativa faturou US$ 300 milhões e exportou cerca de 1,1 milhão de sacas de café em 96.

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