São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Agricultores partem para a mecanização

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CENTENÁRIO DO SUL (PR)

Sadajiro Teshima, 49, administrador da fazenda Nossa Senhora das Graças, em Centenário do Sul (523 km ao norte de Curitiba), reservou 79,8 ha dos 847 ha da propriedade para o algodão.
A fazenda é a maior produtora do município, que tem 110 ha de algodão nesta safra, e a única a investir na colheita mecanizada.
Segundo Teshima, ao adotar o novo método de produção o agricultor tem de investir também em tecnologia, com preparo do solo e adubação pesada.
Apesar do excesso de chuvas em janeiro, fase de desenvolvimento vegetativo, que dificultou a aplicação de inseticidas, Teshima espera colher 247 arrobas/ha.
Nesta primeira etapa, ele vai colher com maquinário alugado. "O custo é de R$ 1/arroba, assim como custa o bóia-fria, mas a vantagem é que você elimina outros gastos", diz.
Entre as despesas adicionais ele cita a comissão do "gato", o contratante de bóias-frias, e o transporte dentro da lavoura.
Luiz Boralli, técnico do Deral em Centenário do Sul, acredita que o sucesso de Teshima em sua lavoura mecanizada poderá levar mais produtores a adotar o sistema.
Segundo ele, na safra 92, o município tinha 7.250 ha de algodão. Hoje só tem 107 ha. No entanto, ele não acredita que a cultura recupere área na região.
"Só o produtor tecnificado e com poder de investimento vai aderir à mecanização, pois os custos de produção são altos", diz.
Teshima calcula que irá gastar o equivalente a 140 arrobas por hectare. Segundo ele, mesmo com os riscos e os custos altos, o algodão ainda é uma cultura lucrativa.
Campo Mourão (PR)
A Coamo (Cooperativa Agrícola Mourãoense), de Campo Mourão (centro-oeste do PR), resolveu apostar na troca do modelo de produção do algodão e investir no plantio para colheita mecanizada.
Cultura tradicional no Paraná pela absorção de mão-de-obra durante a colheita, as lavouras de algodão começaram este ano a ser invadidas por colheitadeiras.
Os cooperados receberam insumos e sementes próprias para o sistema mecanizado para pagamento na colheita.
A cooperativa garante também o pagamento do preço mínimo, mesmo com queda de preços no momento da comercialização.
Apesar dos incentivos, os produtores não se entusiasmaram e houve redução na área plantada.

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