São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Indústria de vidro enfrenta quebradeira

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As indústrias artesanais de vidros e cristais do Brasil estão quebrando com a mesma facilidade dos copos e cálices finos que produzem.
O setor está em crise desde 1992, quando ocorreu a abertura do mercado e aumento da carga tributária, segundo empresários ligados ao setor.
Até pouco tempo restrita às companhias de menor porte, ela atingiu no final do ano passado quatro tradicionais empresas.
A Cristaleria Luzitana, por exemplo, fechou suas portas logo após celebrar 70 anos. A Multividros, empresa artesanal do grupo Nadir Figueiredo, não está mais produzindo.
A companhia, que segundo fontes ligadas ao setor, chegou a empregar 1.500 trabalhadores, está trabalhando só com estoques e deverá se tornar uma importadora.
Cristais Hering
Em 1997, a Cristais Hering, uma das maiores do país, espelha atualmente a situação das outras empresas. Com 1.400 empregados no início dos anos 90, ela emprega hoje 380 funcionários.
No ano passado, a Cristais Hering registrou queda de 20% nas vendas. De 1992 até o momento, as vendas caíram mais de 50%, informa Johni Koch, presidente.
"Já estávamos em dificuldades. Do Real para cá, nosso custo financeiro aumentou, comprometendo ainda mais nossa situação."
Em Blumenau (SC), onde estão as maiores indústrias de cristais do país, o número de empregados passou de 3.200, em 1994, para cerca de 1.200 neste ano.
Esse setor e o de vidros fabricados manualmente perderam mercado para os importados, principalmente do Leste Europeu (República Tcheca e Romênia) e da China, diz Rolf Ehlke, presidente do sindicato que reúne fabricantes desses segmentos em Blumenau.
"Esses países, tradicionais exportadores, podem fabricar, devido à maior demanda, seus produtos em máquinas, que têm custo final bem menor.'

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