São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Funcionário controla Hering

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cristais Hering passou na semana passada o controle da empresa para seus funcionários.
Com dívidas e sem conseguir pagar os salários desde dezembro (somente 50% foram pagos na última sexta-feira), a empresa decidiu que essa seria a melhor alternativa para evitar maiores reduções do quadro de empregados.
A Cristais Hering funciona atualmente em sistema de co-gestão, já que manteve 49% do controle.
"Como a empresa é artesanal, se a mão-de-obra participar da gestão da empresa, a chance de aumentar a produtividade é maior", afirma Johni Koch, presidente.
Ele diz que desde quarta-feira, quando começou a co-gestão, a produção já aumentou de 7.000 para dez mil peças/dia.
A previsão é que no segundo semestre sejam fabricadas 15 mil peças por dia, diz Koch.
A empresa opera atualmente com um terço de sua capacidade de produção. Desse total, 20% são exportados para lojas sofisticadas como a Tiffany's, em Nova York.
Salários mais altos
Koch diz ainda que os salários mais elevados pagos pelas indústrias do país, em torno de R$ 500, dificultam a competição com tradicionais exportadores, como República Tcheca e Romênia, onde o custo da mão-de-obra é menor.
O fato desses países utilizarem um processo de fabricação automatizado também faz com que o custo dos produtos, mesmo com a alíquota de importação (de 15% a 20%), tenha custo menor para o consumidor brasileiro, afirma Rolf Ehlke, presidente do sindicato das indústrias de Blumenau.
O consumidor também está preferindo comprar um produto com design sofisticado, mas de vidro, e com preço mais baixo do que o de cristal.
"O som é a principal característica do cristal puro, que tem chumbo na composição. Ele é também mais transparentes", diz o presidente da Hering.
(DFe)

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