São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Autora fala de política

NS
DA REPORTAGEM LOCAL

Naomi Wallace, autora de "One Flea Spare", é parte da geração de novos autores que chegou ao teatro com Tony Kushner e "Angels in America", nos anos 90. São dramaturgos de forte carga política, com atenção especial para a política de gênero, e racial.
Em "One Flea Spare" a política é nuançada. É a história de um casal de altos funcionários, ricos, durante a epidemia de peste bubônica de 1665, em Londres. Quando começa a peça, faz 35 anos que eles não se tocam, não têm sexo -desde que um incêndio queimou todo o corpo da mulher, menos o rosto.
Com a peste nas ruas, um jovem marinheiro e uma menina se refugiam na casa e transformam a vida do casal. "É uma peça com uma densidade e uma sensualidade maravilhosas", diz o diretor Ron Daniels.
Uma das marcas da autora, desde peças anteriores, como "Slaughter City", também dirigida por Daniels, é a obsessão pela pele. O brasileiro descreve como isso se dá agora:
"O rapaz tem uma ferida do lado do corpo, que nunca cicatriza. E a mulher, queimada, cobre o corpo todo. Uma das grandes cenas é quando ela tira as luvas e bota o dedo dentro do rapaz, dentro da ferida do rapaz. São momentos de ternura, em que a pele deixa de ser barreira, em que a pele é penetrada."

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