São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 1997
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Reinaldo Lourenço faz bagunça na moda

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Dia movimentado, a segunda-feira do MorumbiFashion Brasil. O evento terminou ontem à noite, depois de 24 desfiles no prédio da Fundação Bienal, zona sul de São Paulo.
Depois das napoleônicas meninas de Gloria Coelho, no final da tarde, foi a vez de Reinaldo Lourenço virar polêmica junto ao público do evento.
A idéia do estilista era "sobrepor idéias, reunir várias referências e épocas". Ou seja: uma bagunça. Sua passarela mostrou isso. A profusão de roupas revela um estilista em criação, com paixão e agressividade. Como na primeira e arrebatadora entrada dos smokings do início: oito mulheres em fila, em desdobramentos na forma da peça, do genial macacão à capa.
A notícia é que a pesquisa de Reinaldo Lourenço acerca de seus temas e a mistura deles produziram roupas bonitas, bem feitas e que vão vender. Já se vêem as peças de estampas de pássaros em salas e restaurantes descolados; bem como a deliciosa sapatilha oriental e as roupas de estampa de teia de aranha -são lindos os vestidos assimétricos com o delicado bordado em teia. Idem para os vestidos multicoloridos, também assimétricos, em cores chapadas; desdobramento do verão do estilista.
Se depois dessa parte o desfile ficou mais confuso, é preciso então observar individualmente a qualidade das roupas -como o look do mantô vermelho em lã sobre t-shirt pink e calça cinza brilhante, usado por Renata Martins.
O inverno de Reinaldo Lourenço é bagunçado. Mas do mesmo modo como a bagunça feita pelo artista plástico Tunga no desfile da M.Officer, também anteontem. Ele explica em seu texto: "Sempre gostei de bagunça. Não de ordem nem de desordem. É bagunça. (...) Achando o que perdi, acho o novo de novo, reencontro o novo no velho." Na moda também é assim.

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