São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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ACM critica nova investigação

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Congresso Nacional, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), criticou ontem, em São Paulo, uma possível ampliação nas investigações da CPI dos Precatórios.
ACM disse que o Banco Central é responsável pelas irregularidades na emissão de títulos públicos.
As declarações forma feitas em duas ocasiões, em encontro com o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB-SP) e com o governador do Estado, Mário Covas, no Palácio dos Bandeirantes.
Segundo ACM, a falta de fiscalização do BC culmina em "casos que vem ocorrendo, como na CPI dos Precatórios."
O senador também culpou o BC pelos problemas do Banco Econômico e do Banespa.
"Se houve desvios, o BC foi falho na fiscalização, permitindo que administradores, que não foram competentes, ou honestos, prejudicassem os próprios bancos.ïï
ACM também criticou o Senado: "O Senado tem de fazer um mea-culpa. Alguns desses precatórios poderiam ter sido melhor estudados. Isso é uma tradição que não vai mais acontecer sob minha presidência."
O pretexto do encontro com Maluf, sugerido pelo senador, foi o apoio do ex-prefeito à candidatura de ACM para a presidência do Senado.
Maluf era prefeito de São Paulo quando seu sucessor no cargo e então secretário das Finanças, Celso Pitta, autorizou operações com títulos municipais que geraram um prejuízo de mais de R$ 10 milhões para a cidade.
"Quem vem pedir, tem de agradecer. Vim também manifestar uma satisfação muito grande do presidente com a orientação do Maluf para que (o PPB) votasse a favor (da reeleição no segundo turno)."
Segundo o senador, os dois conversaram "muito por alto" sobre precatórios.
"Não poderia deixar de tratar de um assunto que está na ordem do dia. Mas sem nenhum interesse, porque não estou vendo o dr. Maluf nesse problema. Consequentemente, não sei porque conversar com ele sobre este assunto."
Apesar do escândalo envolvendo seu afilhado político, depois do encontro com o senador, o ex-prefeito, bem-humorado, voltou a reafirmar sua confiança em Pitta e disse não estar preocupado com a repercussão das descobertas da CPI em suas pretensões políticas.
"O problema de São Paulo, e não tenho nada a ver (com isso), é outro. Não contratamos nenhum governo, nenhuma empresa, não vendemos nada com deságio. Os títulos também estão todos em calção no Banco do Brasil e no Banco do Estado de São Paulo", disse.
Sobre a possibilidade de ser convocado a depor, conforme sugestão do senador Eduardo Suplicy, que também participa da CPI, Maluf disse: "Não conversamos sobre isso. Pergunte ao senador."

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