São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Xerox mantém mais projetos

DA SUCURSAL DO RIO

Para a direção da Xerox do Brasil, o maior retorno do investimento anual de R$ 500 mil na Vila Olímpica da Mangueira é a oportunidade dada para que jovens evitem a marginalidade.
"A vila olímpica faz com que as crianças se sintam alguém", diz o diretor de Assuntos Corporativos da empresa, Luiz Aguiar Caruso, 60. Diante do resultado positivo, a Xerox passou a concentrar suas verbas de patrocínio em projetos sociais.
Tomando como base a concepção do projeto da Vila Olímpica da Mangueira -usar principalmente o esporte para dar um sentido de cidadania aos jovens-, a empresa investe, em projetos semelhantes pelo país, cerca de R$ 1,5 milhão por ano.
Um deles é um programa implantado há quatro anos no campus da USP, em São Paulo, que atende a cerca de 300 crianças de favelas vizinhas.
Nesses projetos, um princípio é fundamental: para praticar qualquer esporte, a criança tem de estudar.
Atletas que começaram a treinar na Mangueira e na USP já ganharam o mundo. Dois antigos atletas da USP (salto em extensão e salto triplo) e um da Mangueira (futebol feminino) participaram em 96 da Olimpíada de Atlanta (EUA).
Caruso afirma que a prática esportiva tem uma grande qualidade que prepara o jovem para ingressar no mercado de trabalho: ela disciplina e mostra a importância, para se alcançar a vitória, da interdependência entre as pessoas.
"Com essa base educacional, a criança sabe que, quando for trabalhar, terá que se socializar, depender dos outros", diz o diretor.
A própria Xerox tem servido de laboratório profissional para vários alunos da vila olímpica. Atualmente, em suas diferentes unidades do Rio, a Xerox emprega como aprendizes cerca de 80 jovens do projeto mangueirense.
Eles trabalham na empresa em vários departamentos. Alguns têm aulas internas de inglês e computação. Nos últimos anos, pelo menos 15 já foram absorvidos como funcionários efetivos, após completar 18 anos.

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