São Paulo, sábado, 1 de março de 1997
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Sambódromo vai virar abrigo para criança

MARCOS PIVETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo Celso Pitta anunciou ontem que usará os camarotes do Pólo Cultural Grande Otelo, o Sambódromo paulistano, como abrigo para meninos de rua.
A afirmação foi feita no início da tarde, após uma reunião de quatro horas na prefeitura com todo o secretariado e presidentes de autarquias e empresas municipais.
"Durante 361 dias do ano, o Sambódromo não é bem utilizado", disse o prefeito. "Ali, as crianças terão carinho, abrigo, comida, roupas, aulas e diversão."
A idéia de Pitta, que pegou todo o secretariado de surpresa, também prevê a instalação de escola e quadras esportivas para que as crianças desenvolvam outras atividades no Sambódromo.
A prefeitura ainda não sabe quanto será gasto para converter o Sambódromo em moradia para crianças de rua nem a data exata de quando as primeiras crianças serão alojadas.
A ordem do prefeito é começar o trabalho o mais rápido possível. As primeiras crianças devem se mudar para o Sambódromo ainda neste mês.
O Centro de Apoio Social e Atendimento (Casa), autarquia da prefeitura, escolherá as crianças que vão morar no Sambódromo. A primeira-dama do município, Nicéa Pitta, presidente do Casa, teve uma reunião à tarde com a diretoria do Anhembi Turismo e Eventos, empresa da prefeitura responsável pelo Sambódromo, para discutir a implantação do projeto.
Segundo o presidente do Anhembi, Ricardo Lopes Castello Branco, não serão necessárias muitas modificações para converter o Sambódromo em moradia de menores.
Chuveiros terão que ser instalados nos banheiros do local. Refeitório, quadras de esporte e escola serão montados nas dependências do Sambódromo.
Pelos seus cálculos, cerca de 450 crianças serão beneficiadas pelo projeto. No Carnaval, as crianças provavelmente terão que dormir fora do Sambódromo.
O presidente do Anhembi disse que o local foi usado no ano passado durante cem dias para shows e atividades esportivas
No final da tarde, Pitta se reuniu na prefeitura com Jorge Rebelo, especialista em transportes do Banco Mundial.
Segundo a assessoria do prefeito, o Banco Mundial mostrou interesse em financiar o fura-fila.
Mas, antes de liberar dinheiro, o banco quer analisar o funcionamento da primeira linha do fura-fila.

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