São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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ACM promete demitir apadrinhados

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), está disposto a comprar briga com seus colegas. Em reunião com os diretores do Senado, na tarde do último sábado, ACM disse que vai tentar acabar com a interferência dos senadores na administração da Casa.
Durante a reunião, que teve duração de quatro horas, o presidente do Senado disse que abrirá processo administrativo para demitir funcionários que não trabalham, mesmo que sejam apadrinhados de senadores.
ACM determinou aos diretores que não aceitem pressões dos parlamentares para manter funcionários "fantasmas" nos cargos.
Desvio de função
Os diretores devem também requisitar de volta aos órgãos de origem os servidores que estão com desvio de função, ainda que isso contrarie interesses dos senadores. "Se houver pressão, deixem comigo", afirmou ACM.
Segundo ele, o objetivo dessas medidas é "acabar com a interferência política na administração do Senado".
Gráfica do Senado
Outra decisão de ACM que pode desagradar seus colegas é a proibição de impressão de papéis pela gráfica do Senado acima da cota de material que cada senador pode imprimir gratuitamente.
"Esgotada a cota do senador, nada mais deverá ser impresso para ele gratuitamente", disse ACM. E avisou: "É proibido favorecer qualquer senador contra o erário".
O presidente do Senado pretende acabar com o desperdício dos papéis usados para imprimir artigos e documentos que os senadores pedem para ser transcritos nos anais da Casa.
ACM fixou o limite máximo de cinco páginas para a transcrição de documentos e disse que, "se o senador insistir na transcrição de calhamaços", o material será abatido de sua cota na gráfica.
O senador Antonio Carlos Magalhães também quer que o Senado passe a cobrar pelos serviços que presta gratuitamente ao público externo, como o fornecimento de fotocópias de documentos pela biblioteca.

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