São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997 |
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Dinheiro não ficou na Perfil, diz advogado
ANA MARIA MANDIM
Nas três operações de que participou, com títulos públicos de Alagoas, Pernambuco e Santa Catarina, a Perfil teria ganho R$ 300 mil de comissão, segundo ele. Pela conta bancária da Perfil teriam transitado R$ 41,2 milhões, segundo a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Precatórios, do Senado. Essa será a tese que Podval e dois sócios da Perfil, Gerson Martins e Luiz Calabria, apresentarão à CPI quando forem depor, depois de amanhã. "A operação toda era tida como lícita", afirma Podval. O advogado diz que Wagner Baptista Ramos, ex-coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo, foi o representante da Perfil nas três operações. Pelo contrato assinado, de "prestação de serviços", entre Ramos e a corretora, segundo o advogado, havia uma "cláusula de sigilo" pela qual Ramos não era obrigado a transmitir o "know-how" das operações aos donos da Perfil. Em contratos da corretora com os bancos, a Perfil estava obrigada a contratar um "técnico especializado", que no caso seria Ramos. O percentual ganho pela corretora variou de 0,5% a 1,5% da comissão que teria sido paga aos bancos pelas operações, segundo Podval. O advogado não quis revelar o nome das empresas para as quais a corretora repassou o dinheiro que recebeu dos bancos. "Isso será dito à CPI. Só posso dizer que eram empresas grandes, e que elas, por sua vez, repassaram o dinheiro a outras empresas." Esse repasse também estava previsto em contratos assinados com os bancos e com as empresas. Segundo Podval, no depoimento de Ramos à CPI, o ex-coordenador da Dívida Pública se apresentou como empregado da Perfil, quando, na verdade, era ele quem tinha a operação montada e precisava da cobertura de uma empresa. Texto Anterior: Para dono do Vetor, CPI acusa sem saber Próximo Texto: 'Privatizadas' cortam 39,6 mil empregos Índice |
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