São Paulo, segunda-feira, 3 de março de 1997
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Sistema APS pode ser só um 'susto', diz Fotoptica

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem vencerá a briga pelo mercado futuro de varejo fotográfico: a foto digital ou a APS (Advanced Photo System, que mistura o filme tradicional com a película magnética)?
Segundo Flavio Mendes Bitelman, diretor-superintendente da Fotoptica essa é a grande questão que os profissionais do ramo devem se colocar atualmente.
Bitelman participou do ciclo "Arena do Marketing" -que ocorre quinzenalmente no auditório da Folha- com a palestra "Tecnologia e Marketing no Varejo de Serviços".
"O marketing, no caso da Fotoptica, vem das mudanças tecnológicas do ramo. E essas mudanças às vezes nos assustam, pois parecem que vão acabar com o nosso negócio", diz Bitelman.
Entre esses "sustos", o diretor lista o surgimento da câmera Polaroid. "Todos pensaram que as revelações acabariam quando a foto instantânea apareceu", conta.
Hoje a Polaroid tem 10% do mercado e as lojas de revelação continuam no mercado.
Mas Bitelman ressalta que é vital para qualquer negócio ficar atento às rápidas mudanças tecnológicas. Como no caso do varejo fotográfico a disputa futura se dará entre a foto digital e a APS, a questão é saber quando começar a investir em laboratórios para incorporar uma dessas novas tecnologias.
"Se o mercado caminhar para a foto digital eu não posso mais investir em laboratórios para revelar filmes porque vou estar jogando dinheiro pela janela, vai virar sucata."
Por conta das incertezas a Fotoptica decidiu diversificar e investir mais num conceito que deu certo nos Estados Unidos e na Europa: a "superótica" que, entre outras coisas, faz óculos em uma hora.
O mercado fotográfico futuro, de acordo com Bitelman, tem mais interrogações do que o de ótica.
"No mercado de ótica as tecnologias estão surgindo e se integrando com o varejo de forma muito mais harmoniosa, ao passo que a foto digital pode ser um fantasma futuro. Por isso é importante a gente também estar com o pé em outra canoa."

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