São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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Corregedoria apura participação de PMs

DA REPORTAGEM LOCAL; DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A Corregedoria da Polícia Militar informou ontem à tarde, após saber de um possível envolvimento de PMs de Carapicuíba no esquema de falsificação de atestados de óbito, que vai investigar o assunto.
Documentos apreendidos anteontem na funerária Souza, mostram, segundo a Polícia Civil, que pelo menos quatro PMs teriam recebido dinheiro no esquema.
Nos papéis aparecem apenas os nomes de guerra dos policias: Rechia, Sérgio, Silva e Santana. Uma lista trazia o nome da pessoa morta, data do óbito, endereço, um valor e o nome do policial. Em cada linha, havia a inscrição "pago".
Listas semelhantes traziam nomes de funcionários de hospitais.
Também ontem, a Prefeitura de Carapicuíba informou que abriu sindicância para apurar se houve envolvimento dos funcionários do Pronto-Socorro Central e do PS Cohab 2 com as quadrilhas.
O Conselho Regional de Medicina informou que um dos suspeitos de fazer parte do grupo preso no fim-de-semana não é habilitado como médico no Estado.
Uma assinatura de José Luís Fernandes aparecia em documentos apreendidos, segundo a polícia, mas ele nunca teve número definitivo de inscrição no CRM e seu provisório está vencido.
São Caetano
A delegacia-sede de São Caetano abriu inquérito para investigar o envolvimento de hospitais e funerárias da cidade com quadrilhas de falsificadores.
O delegado Antônio Tavares de Mesquita, responsável pelo inquérito, pretende comparar as mortes registradas nos hospitais com a lista do cartório municipal desde 95.
Com isso, pretende detectar contradições que indiquem fraude.
Os donos das oito funerárias da cidade foram convocados para prestar depoimento em Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara sobre o assunto.
"Será o ponto de partida da investigação sobre as denúncias de fraude", disse o vereador Horácio Neto (PT), relator da comissão.
Os depoimentos devem começar amanhã. Também deverão ser ouvidos pela CEI o atual diretor do Pronto-Socorro Municipal, Carlos Coelho, e seu antecessor, o médico Edson Raddi.

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