São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Amigo da onça

JUCA KFOURI

Faltando apenas uma rodada para terminar a primeira fase do Campeonato Paulista, o que temos?
Temos que Santos e Lusa, os dois últimos vice-campeões brasileiros, não dependem mais dos seus próprios resultados para se classificar ao quadrangular final.
O Santos está a quatro pontos de Palmeiras e Guarani. A Lusa está a seis.
Como não enfrentarão mais os líderes de seu grupo, ambos dependem dos times do Grupo 2.
Parece mentira, mas não é: a 17 rodadas do fim da fase classificatória, a Vila e o Canindé não dependem mais de si mesmos!!!
O Santos, de tão boas relações com a FPF, ainda enfrentou seus maiores rivais sem ter o mando de campo e não poderá equilibrar as coisas, além de jogar quatro vezes fora e apenas três com o mando na primeira fase. Mui amiga, a federação.
Pior só mesmo a situação dos clubes do Grupo 2 que são candidatos ao rebaixamento. Se agora eles têm mais pontos que seus companheiros de Grupo 1, tão logo comece a segunda fase verão o que é bom para tosse, pois jogarão duas vezes com maior número de adversários mais fortes do que os que enfrentaram, uma vez, até aqui.
Sim, porque vale lembrar que o Grupo 2 tem apenas Corinthians e São Paulo de grandes, e o Grupo 1, Palmeiras, Guarani, Santos e Lusa.
*
Tecnicamente tivemos alguns bons jogos, com destaque para o maravilhoso Guarani 3 x 3 Palmeiras, na inesquecível noite do gol do goleiro Hiran.
Mas os clássicos, em geral, foram de nível elevado, com o Palmeiras fazendo valer o maior talento de seus jogadores no Grupo 1, e o Guarani jogando como os alemães, acreditando sempre que o jogo não acaba antes do apito final -fé que lhe valeu seis pontos contra Santos e São José e mais um contra o próprio Palmeiras.
No Grupo 2, o Corinthians pelo menos começou a jogar com o coração, condição para o time de estrelas ser amado pela fiel. E o São Paulo segue com os altos e baixos de um time em formação.
No duro no duro, porém, o único consolo dos paulistas para sobreviver a mais um repetitivo campeonato estapafúrdio é pensar nos cariocas.
Porque ver Romário e companhia jogando no campinho de Bacaxá contra o Barreira é algo tão deprimente que a rua Javari fica parecendo Wembley.

Texto Anterior: Pesquisa dá 'aval' para clubes priorizarem a Copa do Brasil
Próximo Texto: Corinthians joga amistoso em Salvador sob protesto
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.