São Paulo, terça-feira, 4 de março de 1997
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As Bodas de Caná

Como o evangelista João narra o episódio
Jesus e sua mãe, Maria, participam de uma festa de casamento em Caná da Galiléia. À certa altura, o vinho acaba

Receosa de que os noivos passem vexame, Maria chama o filho e lhe pede providências. Ele, porém, não se dispõe a atendê-la: "Mulher, isso nos compete? Minha hora ainda não chegou"

Mesmo assim, Maria se volta para os serviçais presentes e diz: "Fazei o que Jesus vos mandar". Cristo, então, ordena que encham seis talhas de pedra com água e transforma o líquido em vinho de ótima qualidade. É seu primeiro milagre

O romance de Frei Betto enriquece o mesmo episódio com:
Elementos ficcionais
- Os noivos, adolescentes, são filhos de camponeses abastados. Ele, Leonoff, nasceu em Caná. Ela, Mamir, morou perto de Jesus, na cidade de Nazaré
- Cristo só atende a mãe e faz a água virar vinho depois que um dos convidados, o apóstolo Pedro, intervém

A reconstituição de costumes da época
- A cerimônia de casamento dura três dias e se realiza ao ar livre, em um pátio
- Os convidados ouvem música à base de cítara, flauta e pandeiro. Comem com as mãos, usando o pão como talher. No cardápio, há legumes e carnes (de peixe, ovelha, cabrito, boi e frango). Entre as bebidas, cerveja, sucos, aguardente de frutas e -claro- vinho
- Depois da noite de núpcias, que ocorre no segundo dia da cerimônia, a noiva retorna para a festa sobre uma liteira, carregada pelos convidados. O noivo segue do lado, a pé. O cortejo pára no meio do pátio e a noiva, que segura um lençol dobrado, o estende diante de todos, exibindo a mancha de sangue. É o sinal de que perdeu a virgindade. Os convidados aplaudem e brindam

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