São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997
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Disco "Viva! La Woman" é doce e apimentado

CAMILO ROCHA
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Apple" abre "Viva! La Woman" com uma bela batida funky com percussões estalando e, no refrão, o que soa como um coro de adolescentes gritando na hora do recreio. No fundo, vários timbres cool evocam alguma balada pop que tocou muito no rádio nos 70.
"White Pepper Ice Cream" é provavelmente a faixa mais horizontal do disco e uma das mais inspiradas. Entre um vocal falado, quase sussurrado, uma guitarra solitária e uma batida sutilíssima, vem a pergunta fundamental: "Doce ou apimentado?".
Cibo Matto é os dois. Está dado o tom do disco. Os ritmos são de agora, beats programados que não estariam fora do lugar em algum disco de hip hop ou trip hop. Os vocais são ora quase B-52s, tipo alegres e para cima, ora cool, entre o melancólico e o quase falado. E os sons sampleados? Só elas sabem. Serge Gainsbourg? Sérgio Mendes? Isaac Hayes? Charles Mingus? Provavelmente todos.
Em "Viva! La Woman" tudo é legal e bonito e bem escolhido. Só que ele acaba funcionando mais como um adorno ou um colorido brinquedo japonês que como fonte envolvente de inspiração.
(CR)

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