São Paulo, terça-feira, 11 de março de 1997 |
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Estranhas exceções
CLÓVIS ROSSI São Paulo - Deputados do PT e do PSDB estranham item incluído pelo relator na regulamentação da legislação sobre petróleo após o fim do monopólio da Petrobrás.O item (artigo 56 do relatório preparado pelo deputado Eliseu Resende) cria uma reserva de mercado para as distribuidoras de combustíveis. Ou seja, ninguém poderá comprar combustível diretamente das refinarias, o que, como é óbvio, encarece os preços finais, dado a sacramentação da figura do atravessador. Mas esse ponto é apenas parte da causa de inquietação dos parlamentares petistas e tucanos. O ponto que mais causa, digamos, curiosidade é o fato de que o artigo em referência abre exceções para três setores (petroquímica, siderurgia e química), que, estes sim, ficam liberados para comprar diretamente na refinaria, a um custo obviamente menor, já que dispensam o atravessador. "Por que não permitir que empresas de ônibus, por exemplo, também comprem diretamente nas refinarias, o que reduziria os custos e, em tese, permitiria reduzir igualmente as tarifas?", pergunta, por exemplo, o deputado Luciano Zica (PT-SP). A partir dessa questão, Zica e o deputado Sílvio Torres (PSDB-SP) estão propondo emenda pela qual o monopólio das distribuidoras poderia ser rompido por todas as empresas que compram combustíveis não para revendê-los, mas para uso próprio. Com isso, se beneficiariam não apenas empresas de transporte coletivo, mas também companhias agrícolas, benefício que, sempre em tese, poderia se transferir para o consumidor final. A emenda parece fazer todo o sentido, na medida em que o argumento em que se amparam as exceções já previstas é o de que se trata de medida necessária para a redução do chamado "custo Brasil". Se é para reduzir tal custo, nada mais lógico do que estender as exceções, se é que é mesmo necessário criar a obrigatoriedade do intermediário. Texto Anterior: INFORMAÇÃO É LUZ Próximo Texto: Só falta uma traição Índice |
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