São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Déficit comercial agita mercado de dólar

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de dólar ficou agitado ontem depois de um longo período de calmaria. A especulação fez a cotação do dólar comercial chegar próxima ao teto da minibanda -R$ 1,081, na máxima do dia.
Os boatos que inflaram o ânimo do mercado se concentraram em duas frentes: a persistência de um déficit comercial próximo a US$ 1 bilhão em março e a possibilidade de unificação dos mercados comercial e flutuante de dólar.
No caso do déficit, a notícia que correu foi de saldo negativo, apenas nos dois primeiros dias da semana, de US$ 160 milhões.
Projetando este número -e somando ao déficit da primeira semana- o resultado é próximo a US$ 1 bilhão no mês.
Até a exportação de soja entrou no rol das especulações: estaria abaixo do esperado.
Mas o fato é que até alguns dias atrás a exportação de soja era usada como exemplo dos fatores que contribuiriam para a recuperação da balança comercial do país.
Ou seja, não passa de especulação, segundo os próprios operadores. "É que estávamos em plena Suíça. Agora uma certa volatilidade vai bem", disse um deles.
Bovespa
Na Bolsa paulista, o dia foi de realização de lucros, com forte volume negociado (R$ 936 milhões).
No final do dia, o Ibovespa recuou 2,59%. No dia anterior, o índice havia subido 1,55%.
Telebrás PN recuou 2,8%, com volume de negócios de R$ 482 milhões ontem. Na terça-feira, os negócios somaram R$ 300 milhões -média da semana anterior à notícia de reajuste das tarifas.
Nova York
A Bolsa de Valores de Nova York operou ontem em baixa, encerrando o dia com queda de 0,65% com relação a terça-feira.
Como no caso da Bovespa, a queda foi provocada pelo interesse dos investidores em realizar lucros, depois de alguns dias de alta das principais ações.
Além disso, há a possibilidade de na próxima reunião do Federal Reserve (Fed) a direção da instituição decidir elevar os juros da economia norte-americana.
No mercado de títulos da dívida do governo dos EUA, o rendimento pago pelos papéis de 30 anos voltou a subir, passando de 6,85% ao ano para 6,88%.

E-mail: mercado@uol.com.br

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