São Paulo, quinta-feira, 13 de março de 1997
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Fofoca; Parto humanizado; Manchete tendenciosa; Vale; A luta continua; Caminho certo; Velhas repetições

Fofoca
"Tenho por norma silenciar em face de notícias publicadas em colunas especializadas em assuntos de televisão e que envolvam, direta ou indiretamente, a Central Globo de Jornalismo.
É tal o volume de falsidade e distorções, resultantes da precipitação (quando não da presumível má-fé) de alguns colunistas, que me exigiria dedicação exclusiva para desmentidos ou correções.
Na maioria dos casos, por sinal, com o correr do tempo a verdade se impõe, e a fraca memória geral preserva o emprego dos mentirosos.
Em 11/3, porém, deparo uma situação que ultrapassa limites. A sra. Maria Lucia Rangel, na coluna 'Outro Canal', publica o seguinte: 'Quem telefona para a Central Globo de Jornalismo atrás de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho não entende nada. A telefonista avisa que Boni não trabalha mais na empresa'.
O que cabe perguntar desde logo é se aquele 'quem' se refere à própria colunista. Porque se é o caso, impõe-se a evidência de que este jornal abriga uma pessoa capaz de procurar o vice-presidente de Operações da Globo em alguma dependência da Central Globo de Jornalismo.
Se ela recolheu essa intrigazinha ordinária de alguma das suas 'fontes', o diagnóstico não se alivia, e é agravado por confirmar-se uma leviana e irresponsável, habituada a divulgar supostas informações sem ter o elementar cuidado de confirmá-las.
Cabe acrescentar que são numerosos os telefones da Central Globo de Jornalismo. Para pregar a mentira sem risco de precisar prová-la a sra. Rangel deixa de citar o telefone e o horário do seu telefonema, sendo certo que, caso contrário, não haveria dificuldade alguma para apurar a fofoca."
Evandro Carlos de Andrade, diretor da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)

Resposta da colunista Maria Lucia Rangel - Sustento a nota e todas as notas anteriores envolvendo a Central Globo de Jornalismo. Mesmo porque não trabalho com press releases emanados de diretoria da dita Central.

Parto humanizado
"Parabéns à Folha pela excelente reportagem sobre humanização do parto (9/3). No entanto, queremos esclarecer algumas incorreções.
Em primeiro lugar, os partos a que me refiro foram presenciados ao entrar na faculdade -antes de muitos partos acompanhados por mim em hospital, casa de parto e no domicílio durante o curso-, e não como médica; esse esclarecimento é importante porque o leitor é levado a crer que a formação médica não inclui o acompanhamento de partos, o que não é verdade.
Em segundo lugar, a articulação referida como Rede Nacional de Saúde das Mulheres se chama na verdade Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos; e é a defesa política desses direitos humanos das mulheres que me levou, como a muitas mulheres, a trocar o parto hospitalar desumanizado pelo parto em casa ou em ambulatório, e não motivações irracionais 'femininas' como medo do sangue -até porque o sangue, como é sabido, estará sempre presente em qualquer tipo de parto."
Simone G. Diniz, Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde (São Paulo, SP)
*
"Gostaria de parabenizar o jornalista Aureliano Biancarelli pela excelente reportagem sobre nascimento consciente, pela análise criteriosa, imparcial e positiva que fez sobre um tema aparentemente controverso como o parto não-convencional."
Adailton Salvatore Meira, consultor da Homebirth International, Austrália (Campinas, SP)

Manchete tendenciosa
"A manchete de 8/3 ("Sem-terra decide reagir com violência") foi colocada de maneira tendenciosa (espero que esteja enganado), afinal coloca os trabalhadores sem terra como vilões e mal-intencionados, quando na verdade as autoridades mostram grande indiferença com os sérios problemas da questão agrária!"
Cleber Olivares de Albuquerque (São Paulo, SP)

Vale
"Há 23 anos atuo e trabalho nas áreas mineral e petrolífera, nacional e internacional.
Gostaria de saber como estão as consciências dos senhores políticos e burocratas que estão conduzindo esse processo de privatização da Vale do Rio Doce.
A privatização da Vale equivaleria a Arábia Saudita, detentora da maior reserva petrolífera do mundo, passar por apenas US$ 3 bilhões para a Exxon, Shell, Chevron etc... todo o seu petróleo.
Fernando Henrique ficará na história como o administrador mais incompetente e que mais prejuízos causou à nossa nação!"
Pedro Victor Zalán (Rio de Janeiro, RJ)

A luta continua
"Rio 2008.
Mais preparado, menos afoito."
Ricardo A. Silveira (São Paulo, SP)

Caminho certo
"A respeito da reportagem 'Marcelo Brum filma quatro séculos de Minas' (15/2), agradecemos a atenção e ressaltamos que a realização desse filme só está sendo possível devido às leis Rouanet e do Audiovisual e ao patrocínio da Usiminas.
Após longo e tenebroso inverno (leia-se Collor), finalmente este país encontra seu caminho na forma de instituições que realmente funcionam: ao governo cabe fazer leis de incentivo; ao empresariado, investir em cultura, e ao agente cultural, catalisar esforços no sentido de resgatar uma cidadania tão vilipendiada nesta era de globalização."
Marcelo Brum, cineasta (Belo Horizonte, MG)

Velhas repetições
"Artigo de Valdo Cruz, publicado em 27/12, defende uma das nossas mais antigas reivindicações: a não intromissão dos governos nos fundos de pensão, instituições privadas mantidas pelos trabalhadores e que não podem ficar à mercê de interesses menores e, muito menos, servir de fornecedor de dinheiro para salvar a caixa do tesouro.
No entanto, essa tese aparece apenas nos últimos parágrafos do artigo, quase todo dedicado a velhas repetições, todas infundadas, todas insistentemente desmentidas, como são as velhas denúncias de incompetência administrativa, rombos etc.
O tal 'rombo', por exemplo, não existe. Ninguém mais autorizado a desmentir sua existência do que a secretária de Previdência Complementar do Ministério, Carla Grasso, que foi convocada pela CPI que investigou o sistema de fundos de pensão.
Carla Grasso desmentiu a existência de qualquer rombo, segundo ela criados nos noticiários da imprensa 'por comunicadores não familiarizados com as peculiaridades e com os aspectos técnicos característicos da previdência complementar'."
Paulo Teixeira Brandão, presidente do Sindapp -Sindicato Nacional das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Rio de Janeiro, RJ)

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