São Paulo, domingo, 16 de março de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Conexão assusta personagens do caso PC XICO SÁ XICO SÁ; ARI CIPOLA
ARI CIPOLA A conexão de negócios entre Alagoas (PC Farias) e a Sicília (famílias da máfia) deixou assombrados os personagens que conviveram ou fizeram parte da história da morte do empresário alagoano. Zélia Maciel, a prima de Suzana Marcolino (namorada que teria assassinado PC e se suicidado), não quis conversa: desapareceu de Maceió nos últimos dias. Ela esteve envolvida com a compra da arma utilizada pela prima e deu um show de contradições nos seus depoimentos e entrevistas após o crime da praia de Guaxuma, em junho do ano passado. Zélia não compareceu à animada noite de quinta na boate Midô, onde costuma marcar presença. Nos outros locais em que era vista diariamente, Zélia também não voltou mais. É o medo de morrer, dizem os seus conhecidos. A Folha também não conseguiu localizar a prima de Suzana em sua casa. Toda a família de Suzana está com medo e reservada ao silêncio sobre uma possível nova versão para a morte de PC Farias. Bandeira Jorge Bandeira, ex-sócio de PC e piloto do lendário avião do empresário, o "morcego negro", conta aos amigos que vive assombrado desde que o "companheiro" foi morto. No restaurante que dirige, o Gstaad, frequentado pela elite política, vive cercado de cuidados. Como prevenção e ameaça, Bandeira sempre renova a versão de que teria quatro cópias de um dossiê guardadas em diferentes lugares do país. Estariam com amigos. Ele não dá pistas sobre o conteúdo. Mergulhado em uma crise que mistura corrupção e decadência econômica, Alagoas recebeu como mais um "castigo" a notícia de envolvimento com os mafiosos. No momento, o governador Divaldo Suruagy enfrenta o risco de impeachment, acossado pelo escândalo dos precatórios. O Estado já vive uma espécie de intervenção do governo federal, o comércio fecha as portas e parte do funcionalismo público ainda não viu a cor do salário este ano. O cenário é tão grave que o delegado da Polícia Civil Cícero Torres, o mesmo que comandou o inquérito sobre a morte de PC, ironiza a notícia sobre a conexão entre Alagoas e os mafiosos: "Seria até bom que a máfia voltasse, só assim movimentava a economia". Máfia X cangaço Não se falou de outra coisa durante a semana passada. Até os violeiros, que tocam repentes para os turistas nos bares da orla marítima de Maceió, incorporaram a nova temática. O repentista Manoel Soares da Silva, 42, inventou e desenvolveu o mote "Se Lampião fosse vivo/ a máfia não pisava aqui". Foi um sucesso e rendeu bons trocados na bandeja do violeiro. Texto Anterior: A aranha é nossa... Próximo Texto: É "covardia", diz família Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |