São Paulo, domingo, 16 de março de 1997 |
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Inadimplência deve manter estabilidade
GABRIEL J. DE CARVALHO
"Os atrasos até 30 dias indicam o que ocorrerá mais tarde. Há uma correlação entre atrasos curtos e longos", explicam Celso Luiz Galetti, diretor da Servloj, e José Ferreira, que lida com os índices. Se atrasos até 30 dias tornam-se mais frequentes, é sinal de maior risco de perda no futuro. Em agosto de 95, por exemplo, o índice de atraso até 30 dias alcançou 41%, dentro da qualificação "péssimo" dada pela Servloj. Em fevereiro de 96, o índice de perda com atrasos acima de 180 dias foi bem alto, de 9,71%. Permaneceu elevado até março e começou a cair para a faixa de 8% e 7%, se estabilizando entre 5% e 6%. Olhando para trás, houve evolução parecida nos atrasos até 30 dias. Como a sequência dos atrasos até 30 dias a partir de junho de 96 permaneceu com índices "regulares", entre 25% e 28%, a empresa projeta, para os próximos meses, estabilidade também nos atrasos graves acima de 180 dias. A previsão pode não se confirmar se ocorrerem fatos imprevistos. Por exemplo, se o governo voltar a arrochar o crédito e elevar os juros, na tentativa de conter as importações e reduzir o déficit da balança comercial. Isso poderia provocar maior desemprego entre consumidores que financiam suas compras, comprometendo sua capacidade de pagamento. Os índices de inadimplência, afirma Galetti, também variam conforme a região. Para a média de 5,64% do índice de janeiro (mais de 180 dias de atraso), a Grande São Paulo aparece com 4,62%, o interior de São Paulo com 5,04% -"aqui vem crescendo nos últimos quatro meses", diz ele-, 5,58% no Rio de Janeiro e 8,90% no Rio Grande do Sul. Não há ainda dados consolidados para o Nordeste, mas Galetti, pelo que já pôde analisar, arrisca que a inadimplência naquela região está mais baixa que no Sul. Texto Anterior: Crescem as vendas parceladas no cartão Próximo Texto: Dados isolados podem confundir Índice |
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