São Paulo, domingo, 16 de março de 1997
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O assédio que deu certo

JOÃO ALBERTO DE LIMA FILIPPINI

"Operei uma criança e levei no pacote uma família inteira. Foi a cirurgia mais cara que eu já fiz"

É raro, mas às vezes a paixão pelo "branco" tem um final feliz. A professora de inglês Áida Setton, 32, estava separada e tinha dois filhos, quando conheceu o cirurgião pediátrico João Alberto de Lima Filippini, 41.
O encontro aconteceu em 1992. Danilo, que na época tinha um ano, teve um problema de hérnia, e Áida levou o filho ao consultório de Filippini, por recomendação de outro médico.
"Gostei do João de cara, mas ele ficou na dele", conta Áida. "Foi assédio mesmo", diz, brincando.
Ela diz que João foi duro na queda: "Dei em cima dele, fazia brincadeiras. Eu dizia que ia levá-lo a um bar, embebedá-lo bastante, para depois acertar o preço da cirurgia. Mas o João nunca demonstrava nada".
Ela se lembra de que ele parecia gostar da conversa, mas não "dava bola". "Fiquei encorajada porque, depois da primeira consulta no hospital, ficamos 40 minutos conversando, o que não é normal. Quando liguei para falar do convênio, foram outros 40 minutos. Por isso, criei coragem para dar umas cantadas."
Passados alguns meses, Filippini, que morava com outra médica, se separou e procurou Áida sob o pretexto de ter aulas de inglês.
"Esperei resolver a história do Danilo e voltar a morar sozinho. Procuro manter distância desse tipo de relacionamento. Sempre acho que não vai dar certo. Acaba não funcionando quando você mistura as coisas, atrapalha no tratamento. Foi a primeira vez que eu me envolvi com uma paciente. Se alguma se interessou por mim, não percebi. Com Áida eu notei, porque ela foi mais direta, me convidou para ir a um bar", lembra-se Filippini.
Áida chegou a dar "algumas aulas" para o médico, mas antes da primeira já estavam namorando. Seis meses depois, em julho de 93, ele pediu Áida em casamento. Hoje, a família reúne, além de Danilo, 6, e Débora, 8, Nazli, filha de Áida e João, que tem um ano e dez meses.

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